Guerra Rússia-Ucrânia

O relato de "Italiano", o soldado ucraniano debaixo de fogo

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O leste da Ucrânia continua a ser o ponto mais crítico do conflito.

Mais de metade dos russos (55%) são a favor de negociações de paz com a Ucrânia, divulgou um jornal independente da Rússia. Enquanto isso, a guerra continua a afetar sobretudo a zona este da Ucrânia.

Dezenas de habitantes de uma aldeia em Zaporíjia ficaram sem gás depois de as forças russas terem atingido um gasoduto. Esta é mais uma dificuldade a acrescentar aos problemas de abastecimento de água e de eletricidade que afetam o país.

Quem ainda reside nessa localidade conta que a explosão danificou as habitações.

“Houve uma grande explosão, o vidro da janela estilhaçou, mas não é o pior. Alguns parafusos saíram, porque o caixilho foi esmagada. De resto, (a casa) está bem”, conta Ivan Chobitok, habitante da aldeia afetada.

A 30 quilómetros dali, na linha da frente, os soldados ucranianos trocam o equipamento de verão para o de inverno. Entre os materiais que lhes foram fornecidos constam botas e meias de inverno e ainda camisolas de lã.

“Ainda não temos todos os tamanhos, o que significa que é um pouco difícil prepararmo-nos realmente para o inverno. O número de soldados cresceu muito, e agora temos também Forças de Defesa Territorial”, revela Skigg, um dos muitos soldados ucranianos destacados nas fileiras da frente.

O leste continua a ser o ponto mais quente da guerra. As forças ucranianas recorrem ao material enviado por outras nações. “Italiano”, um soldado de guerra ucraniano está numa zona onde são utilizados projéteis norte-americanos e um morteiro italiano.

“Depois de termos feito o nosso trabalho, há normalmente fogo em resposta. É por isso que não podemos permanecer por muito tempo numa posição, não podemos disparar continuamente cartuchos. Podemos disparar cinco a dez cartuchos, e depois temos de fazer uma pausa para não entrarmos num ‘duelo’. E um ‘duelo’ geralmente significa que temos de enfrentar um tanque", relata o soldado.

Mais cidadãos russos pretendem caminho diplomático para a paz

Segundo os dados do último inquérito realizado pelo Serviço de Proteção Federal russo, 55% da população quer negociações de paz com a Ucrânia, segundo a informação divulgada pelo jornal independente Meduza.

Este valor representa um aumento significativo, depois da mobilização militar parcial. Em julho, eram apenas 30% os russos que se diziam a favor do caminho diplomático para a paz.