Germano Almeida, comentador SIC, analisa esta quinta-feira a pouca intensidade da contraofensiva ucraniana, o risco nuclear que ainda existe despoletado pela Rússia e o acrescento das sanções a países que têm apoiado Moscovo indiretamente.
O presidente russo diz que a contraofensiva ucraniana “ainda não se esgotou”, mas está “a acalmar” e o próprio Zelenski diz que o progresso está a ser “menor do que o desejado”. Para Germano Almeida, a contraofensiva é diferente do ano anterior e mais distribuída.
"Aparentemente a Rússia está mais preparada em relação ao ano passado e esta contraofensiva é diferente, é mais difusa", responde o comentador SIC.
No entanto, Germano Almeida corrobora o que foi dito por Zelensky e que o avanço territorial está a ser menor do que era desejável. Neste momento, é preciso "paciência", porque o maior golpe ainda está para vir.
"60% das forças ofensivas ainda não foram empenhadas", relembra Germano Almeida.
Noutro sentido, a Ucrânia acusa a Rússia de minar sistema de arrefecimento da central de Zaporíjia, algo que pode aumentar o risco de um acidente nuclear, um dos maiores perigos desta guerra.
"Naturalmente pode provocar um grande risco nuclear, que ninguém quererá, a Rússia tem sido dúbia em relação a esse aspecto", esclarece o comentador SIC.
A respeito da reconstrução da Ucrânia, o Reino Unido defende legislação para manter ativos russos congelados até que Moscovo pague uma compensação à Ucrânia e, para Germano Almeida, isso tem uma importância enorme no panorama diplomático.
"Muito grande. Blinken foi claro ao dizer que é a Rússia que tem de suportar a reconstrução da Ucrânia, quem estraga paga, o problema é que vai ser díficil que assim seja", explica.
Ainda no campo das sanções, a União Europeia quer visar três empresas sediadas em Hong Kong, que Bruxelas diz serem responsáveis por fornecer a Moscovo tecnologia sensíveis. Da mesma forma, quer também cobrir 45% das despesas financeiras da Ucrânia.
"Ajuda macrofinanceira da União Europeia À Ucrânia e avança para sanções secundárias a empresas de outros países que permitem a agressão com acesso a tecnologia sensível", conclui o comentador SIC.