O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez esta terça-feira um discurso direcionado aos soldados russos, no qual falou sobre a rebelião militar levada a cabo pelo grupo de mercenários Wagner e agradeceu aos soldados que travaram a “guerra civil” no país.
O líder russo afirmou que estes soldados foram os verdadeiros defensores da Rússia e que impediram uma ação que poderia ter sido caótica.
"Juntamente com os vossos irmãos de armas, opuseram-se a estes distúrbios, cujo resultado seria inevitavelmente o caos (…) Na verdade, vocês evitaram uma guerra civil".
No discurso para cerca de 2.500 membros das forças de segurança, Guarda Nacional e unidades militares, Putin garantiu que "nenhum soldado russo a combater na Ucrânia foi realocado para a Rússia para impedir a rebelião".
Putin adiantou também que "nem o exército, nem a população apoiaram" a rebelião do grupo de mercenários, liderado por Yevgeny Prigozhin.
No encontro que ocorreu na praça do complexo do Kremlin, Putin esteve acompanhado do ministro da Defesa, Sergei Shoigu, cuja demissão foi exigida pelos mercenários do grupo Wagner durante a rebelião.
Durante o discurso, o Presidente russo pediu ainda um minuto de silêncio em honra dos pilotos russos que morreram durante a revolta militar.
Putin deverá voltar a falar à comunicação social no final do dia.
As declarações do líder russo acontecem poucos dias depois da rebelião levada a cabo pelo grupo Wagner, na Rússia.
Os mercenários do grupo Wagner foram responsáveis por uma rebelião armada de 24 horas, no sábado, liderada por Prigozhin, durante a qual tomaram a cidade de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, e avançaram com destino a Moscovo. Chegaram a estar a 200 quilómetros da capital.
A rebelião terminou com um acordo mediado pelo Presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, que, segundo o Kremlin, estabelece que Prigozhin fique exiado na Bielorrússia, em troca de imunidade para si e para os seus mercenários.