O general russo que teria conhecimento dos planos do Grupo Wagner era membro importante e secreto do grupo liderado por Yevgeny Prigozhin. A informação foi avançada pela CNN internacional. Os documentos, obtidos por um centro de investigação russo, mostram que Sergei Surovikin tinha número de registo pessoal no grupo Wagner, e não era o único. Havia pelo menos mais 30 altos funcionários, militares e membros dos serviços secretos russos. Esta informação surge depois do New York Times ter avançado que o general sabia dos planos da rebelião, informação negada pelo Kremlin. José Milhazes analisa as últimas informações sobre a crise militar e política na Rússia.
"Até que ponto o general estava envolvido nesta operação? Isso é que ainda não se sabe agora.
O certo é que as investigações estão a decorrer e irão ser investigadas muitas outras pessoas", diz José Milhazes.
O comentador da SIC considera que “Putin está extremamente enfraquecido, mais do que se possa pensar, e não pode fazer mudanças bruscas na cúpula militar. Se começa a perseguir militares e outros comandos, pode acontecer o aumento do descontentamento no interior das Forças Armadas da Rússia, o que pode ter consequências perigosíssimas", e sublinha - “Nunca excluí a possibilidade de, se Putin cair, vir um pior”.
Na opinião de José Milhazes, “é importante acompanhar o que se está a passar com o grupo Wagner”.
“Fala-se que hoje um avião partiu de São Petersburgo às 9 horas da manhã, hora local, e chegou uma hora e meia depois à capital da Bielorrússia um navio militar com carga da Wagner, o que pode significar que se começa a fazer a transferência de parte da Wagner para a Bielorrússia”.
Milhazes destaca a “situação extremamente instável dentro da Rússia” e concorda com Joseph Borrel, chefe da diplomacia da UE, que considerou que um líder como Putin enfraquecido é um líder ainda mais perigoso.
O comentador da SIC teme mesmo que a situação de instabilidade possa levar a alguma ação desesperada de Putin, que depois do levantamento militar se vê obrigado a normalizar a situação.
“Ele tem que normalizar a situação. E, além de andar aos abraços e beijinhos pelo país, tem de recuperar a imagem”, realça Milhazes, lembrando que as eleições na Rússia estão à porta, dado que estão previstas para daqui a meio ano.