Marcelo Rebelo de Sousa visitou a vila de Moschun, uma das aldeias nos arredores de Kiev que foi ocupada pelas forças russas no início da guerra. O Presidente entrou nas trincheiras, construídas pelos moradores durante a ocupação, e prestou homenagem às vítimas. Para Marcelo, este cenário de “resistência” pode ser comparado à primeira Guerra Mundial.
“É sempre diferente ver a fotografia e a cobertura na televisão e ver a realidade. Fez-me lembrar o que era fazer guerra há mais de 100 anos”, afirmou o Presidente português, referindo-se ao primeiro grande conflito mundial, que ficou conhecida como “guerra das trincheiras”.
Depois de percorrer os abrigos, Marcelo elogiou a resistência da população contra o exército russo – “muito mais forte em todos os sentidos, todas as capacidades”. Destacou também a forma como as crianças aprenderam a defender perante forças agressoras.
“Defender-se por natureza é bom. O que é mau é haver uma guerra que obriga a que haja essa defesa. Se elas aprendessem a atacar, a tomar a iniciativa de atacar território alheio ou ter comportamentos que verdadeiramente não devem ser admissíveis hoje à luz das regras internacionais”, disse aos jornalistas.
E acrescentou: “Aprenderem com a experiência da sua própria vida, sem atacar, saberem preparar-se para defender e, assim, prevenir a guerra, é uma maneira de proteger a paz.”
Moschun é uma das aldeias que mais sofreu durante o conflito, tendo sido palco das mais intensas batalhas entre as forças ucranianas e russas. A destruição provocada pelo conflito é ainda visível, como descreve a jornalista da SIC, Irina Shev.
Marcelo Rebelo de Sousa realiza uma visita de dois dias à Ucrânia, onde irá encontrar-se com o Presidente Volodymyr Zelensky.