
As sirenes voltam a soar em Kiev, na Ucrânia, porque foram detetados mísseis cruzeiro vindos do sul. As autoridades ucranianas acreditam que os mísseis foram disparados a partir do Mar Negro. Quem as ouviu bem de perto foi o Presidente Marcelo que esta quarta-feira iniciou uma visita à Ucrânia.
O alerta soou quando decorria a III Cimeira da “Plataforma da Crimeia”, onde Marcelo esteve presente. Ainda assim, o evento não foi interrompido e o chefe de Estado português também não teve qualquer receio. Isso mesmo disse aos jornalistas à saída da cimeira.
“Primeiro não há razão para medo. Tem havido uma capacidade de resposta integrar e de cobertura por parte da Ucrânia. Em segundo lugar, é mais a preocupação dos seguranças quanto ao local exato onde os mísseis afetados têm os seus destroços a cair, é mais uma questão de prevenção e precaução genérica, e não podem abrir exceções. Por exemplo, a Presidente da Hungria já está há que tempos no bunker deste hotel, nós não podemos porque o nosso hotel é outro", explicou.
Marcelo Rebelo de Sousa anunciou, nestas declarações, que está a ponderar convidar o homólogo Volodymyr Zelensky a visitar Lisboa e que vai aproveitar o encontro de amanhã para discutir essa possibilidade.
"Nós gostaríamos muito que houvesse uma ocasião para isso. É uma questão que amanhã será tratada porventura e não vale a pena estar a antecipar no encontro de delegações (…) , a agenda dele é ocupada", disse o Presidente da República depois de participar na cimeira organizada pela "Plataforma da Crimeia", sobre a recuperação por parte da Ucrânia daquela península.
Zelensky "privilegia esses contactos internacionais, mas tem uma guerra" no país, sublinhou Marcelo, lembrando “a agenda complicada” do ucraniano.
O chefe de Estado disse ainda que viu pela primeira vez Volodymyr Zelensky a falar ao vivo, tendo ficado muito bem impressionado com a capacidade de trabalho e de intervenção do Presidente da Ucrânia, “não é nada normal”.
“É impressionante, estava atentíssimo ao que se dizia e estava a preparar a cerimónia das condecorações de fim de tarde, início da noite. Uma capacidade intelectual única (…) e ao mesmo tempo acompanhava a forma como o ministro dos Negócios Estrangeiros estava a conduzir a sessão, ao mesmo tempo fazia comentários sobre aspetos de cada uma das intervenções, ou perguntava o que pensa disto ou daquilo, mais a mim do que ao Presidente lituano. (…) Mas é de facto de uma velocidade e de um poder de intervenção fora do normal”, concluiu Marcelo.
O momento entre Zelensky e Marcelo

Neste que foi o primeiro de dois dias de visita de Marcelo à Ucrânia, o Presidente da República protagonizou durante a tarde um momento curioso com o homólogo Zelensky.
Na abertura da cimeira, que juntou em Kiev vários chefes de Estado e responsáveis governativos, Marcelo que participou no encontro como convidado precisou da ajuda de Zelensky: “Na Ucrânia, tudo funciona”.