Guerra Rússia-Ucrânia

Presidente russo diz que invasão de Kursk foi um fracasso

Vladimir Putin sugere que a Índia, Brasil e China poderiam mediar negociações de paz. O presidente russo defende que a incursão ucraniana em Kursk foi um fracasso e até permitiu avanços no Donbass.

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A incursão a Kursk foi o maior ataque da Ucrânia a território russo. É considerada a maior ofensiva dentro da Rússia desde o fim da Segunda Guerra Mundial, mas Putin afirma que a estratégia de Kiev falhou, porque não travou os combates na frente leste. 

“Não se registou qualquer abrandamento dos nossos avanços. Pelo contrário, ao deslocar para a zona fronteiriça esses agrupamentos bastante numerosos e com alguma preparação, o inimigo enfraqueceu-se em eixos-chave e as nossas forças aceleraram as operações de ataque”, disse Vladimir Putin, presidente da Rússia. 

Os avanços russos em Donetsk não podem ser desmentidos, mas Zelensky assegura, em entrevista à NBC, que Moscovo está a desviar mais tropas para Kursk, pelo menos 60 mil.

No Fórum económico de Vladivostok, Vladimir Putin fixou a conquista do Donbass, território da Ucrânia, como a prioridade número um da Rússia. Como pode então dizer que está disponível para negociar e até sugerir novos mediadores como a Índia e o Brasil impondo condições que Kiev reiteradamente rejeitou. E repetindo ameaças.

“Falou de ataques a centrais nucleares. São atos de terrorismo perigoso. Podemos imaginar o que aconteceria se respondêssemos com medidas equivalentes. O que aconteceria a essa parte da Europa”, diz Putin.  

Os riscos de um acidente nuclear não podem ser ignorados, mas permanecem sob o olhar atento da agência internacional de energia atómica.

“A situação aqui é muito frágil devido às operações militares. Segundo sei, fui informado de que hoje houve alguns bombardeamentos, mas não muito longe daqui”, explica Rafael Gross, diretor geral da Agência Internacional da Energia Atómica.

Desde a incursão ucraniana os ataques russos intensificaram-se. Na madrugada desta quinta-feira foram lançados 78 drones de ataque e um míssil Iskander M. Kiev esteve 7 horas sob alerta.Em Lviv, e depois do violento ataque que destruiu centenas de lares, presta-se homenagem aos que viram as vidas interrompidas abruptamente. Quatro eram da mesma família.

“Era uma família muito boa. O marido, a mulher e as meninas eram adoráveis. É uma perda muito grande e não sei como é que ele vai ultrapassar isso. É uma tragédia. Perder qualquer pessoa seria uma tragédia. Mas aqui, um homem foi deixado sozinho, sem nada nem ninguém”, conta uma moradora local. 

Do ataque a Poltava, o número continua a ser atualizado. 55 mortos. 328 feridos e ainda pode haver vítimas sob os escombros.