O funeral de Estado da Rainha Isabel II realizou-se esta segunda-feira. O mundo esteve de olhos postos em Londres para a despedida da monarca com o reinado mais longo da história do Reino Unido e também uma das mais acarinhadas pelo povo.
Milhares de pessoas esperaram horas para prestar homenagem
O velório de Isabel II terminou às 6:30 desta manhã. Durante cinco dias, milhares de pessoas esperaram cerca de 13 horas numa fila que atingiu mais de oito quilómetros para prestar uma última homenagem à monarca antes do funeral.
Um gesto que foi reconhecido este domingo à noite pelo rei Carlos III e pela Rainha consorte, Camila. Agradeceram todo o apoio prestado pelo público à família real desde o momento do anúncio da morte de Isabel II.
A cerimónia em Westminster
Depois de mais de uma semana de homenagens, o último adeus à rainha Isabel II arrancou com o funeral de Estado na Abadia de Westminster, onde estiveram mais de dois mil convidados.
O rei Carlos III, os irmãos e os filhos acompanharam a carruagem que transportou Isabel II do local do velório, em Westminster Hall, para a Abadia de Westminster, onde começou o funeral de Estado.
Durante a manhã foram chegando à Igreja centenas de chefes de estado de todo o mundo, membros da família real britânica e de outras casas reais europeias e representantes de várias religiões.
Pouco antes da cerimónia, a Rainha consorte, a princesa de Gales, a Duquesa de Sussex e os filhos juntaram-se aos mais de dois mil convidados que aguardavam o início da cerimónia.
A urna de Isabel II chegou às 11:00 à Abadia de Westminster transportada por oito militares. Atrás seguiam os membros da família real.
O último adeus serviu também para mais uma vez sublinhar a dedicação da Rainha nos 70 anos de reinado. A cerimónia terminou com dois minutos de silêncio e o “novo” hino nacional: “God Save The King”.
Em cortejo até Windsor
Da Abadia de Westminster ao Castelo de Windsor, o cortejo fúnebre da Rainha foi acompanhado de perto pelos britânicos. As autoridades estimam que estiveram mais de dois milhões de pessoas nas ruas por onde passou a urna da monarca.
Mal saiu da Abadia de Westminster, a urna de Isabel II foi colocada numa carruagem puxada por 142 marinheiros, seguida a pé pela família real e escoltada por mais de três mil militares do Reino Unido e de vários países da Commonwealth.
No percurso de cerca de dois quilómetros, o cortejo fúnebre passou pelo Whitehall, onde se recordam os mortos da II Guerra, pelo The Mall, onde estão as residências reais, e pelo Palácio de Buckingham.
À chegada ao Arco de Wellington, a urna foi transferida da Carruagem das Armas para o carro funerário do Estado, que ao longo de 40 quilómetros levou a Rainha até Windsor.
Com uma vida dedicada ao povo, agora foram os súbditos que quiseram fazer jus ao sentido de dever da monarca, marcando presença na derradeira homenagem.
O fim de uma era
Já no Castelo de Windsor, 800 pessoas despediram-se da Rainha num derradeiro e emotivo adeus, numa cerimónia marcada por momentos simbólicos.
O momento em que o joalheiro real retirou do topo da urna de Isabel II o ceptro real, a orbe e a coroa imperial marcou o fim de uma era: Rainha e coroa separam-se pela última vez.
Depois disso, Carlos III depositou a bandeira da Guarda Britânica de Granadeiros na urna, enquanto o mais alto funcionário da casa real "partiu" simbolicamente o bastão, simbolizando o fim do serviço à Rainha.
Isabel II despertava todas as manhãs ao som da gaita de foles que tocava 15 minutos junto à sua janela. Ter o gaiteiro real no funeral foi um pedido da própria Isabel II. A música ouviu-se enquanto a urna recolhia à cripta real.
Por fim, ouviu-se o hino nacional.
A urna de Isabel II foi colocada no jazigo real às 19:30, ao lado do marido, o duque de Edimburgo, numa cerimónia privada apenas para a família real.