No Expresso da Manhã, com o comentador da SIC Paulo Baldaia, o balanço da Jornada Mundial da Juventude é positivo, algo que será proveitoso para Carlos Moedas politicamente. A presença do Papa fez com que milhares de lisboetas “escapassem” e os discursos do chefe de Estado do Vaticano pecaram apenas por poucas referências aos abusos sexuais da Igreja.
“Correu bem, não há dúvida, já sabíamos, Portugal é perito a organizar eventos internacionais de grande envergadura. Quando olhamos para esta Jornada, elas tinham mesmo de correr bem, porque tudo foi feito. Quando havia uma missa no Parque Eduardo VII, as ruas eram logo fechadas pela manhã”, explicou Paulo Baldaia.
Apesar disso, Lisboa acabou por ter algumas fragilidades devido à afluência peregrina e fecho de ruas.
"O bispo Américo Aguiar disse que houve quem ganhasse com isso. Fast food que se predispôs a servir a determinado preço, mas depois os restaurantes tradicionais estavam às moscas. Lisboa esvaziou durante a semana, muito antes de começar a Jornada, as pessoas estavam em teletrabalho ou já de férias, Lisboa ficou vazia", constatou o comentador SIC e jornalista do Expresso.
Para que a JMJ corresse bem, “houve um sacrifício da cidade que ficou parcialmente fechada”, para Paulo Baldaia. E, por muitos elogios que a organização mereça, também houve alguns pontos a contestar, como a forma de financiamento à última da hora pelo Estado português.
Metade dos contratos foram feitos no último mês, quando se teve quatro anos para preparar a Jornada. Segundo Baldaia, esses contratos vão ser vistos pelo Tribunal de Contas, mas não deixa de ter sido “tudo feito em cima da hora com pouca transparência”.
4800+
Já a respeito dos abusos sexuais, o Papa Francisco, no voo de volta a Roma, desvalorizou os números de abusos sexuais em Portugal.
“O Papa consome informação que lhe dão, olhando para o que Papa disse, não há números empolados quando há vítimas de abusos, 4800 são muitos, mas mil também seriam muitos. A Igreja beneficia de ter um Papa bem visto pelos não crentes, é popular fora da religião e só por isso é que declarações deste tipo tem pouca relevância, porque tem feito um grande combate”, comentou Paulo Baldaia.
Carlos Moedas de vento em popa
“O presidente da CML investiu muito neste Jornada. Vai aproveitar politicamente tudo o que a CML fez e que fez como autarca, que foi muito elogiada. No que o Papa disse sobre a boa organização é de facto um slogan turístico, desse ponto de vista Carlos Moedas vai aproveitar ao máximo, o balanço é altamente positivo para a autarquia de Lisboa”, referiu o comentador.
A próxima Jornada será na Coreia do Sul, em Seul, em 2027.