Os jogadores iranianos deixaram a sua marca esta sexta-feira ao vencerem o País de Gales. Enquanto festejavam em campo, nas bancadas estava a decorrer uma manifestação contra o regime do Irão. Um grupo levou bandeiras com uma cruz preta por cima e roupa com frases a apelar à liberdade das mulheres, sem esquecerem Mahsa Amini.
Os seguranças do estádio Ahmed Bin Ali abordaram o grupo e um dos manifestantes foi escoltado por vestir uma camisola contra o Governo do Irão.
A Reuters não conseguiu confirmar imediatamente, porque é que o homem, que tinha vestido uma camisola que dizia “Mulheres, Vida e Liberdade”, estava a ser acompanhado por três seguranças.
O porta-voz do Comité Supremo Organizador remeteu a Reuters para uma lista de artigos proibidos da FIFA e do Qatar, mas sem especificar o artigo proibido que o adepto estaria a usar.
As regras proíbem artigos com “mensagens políticas, ofensivas ou discriminatórias”.
Uma mulher com lágrimas vermelhas segurava uma camisola de futebol com Mahsa Amini estampada nas costas, uma referência à jovem que foi morta depois de ser detida pelas autoridades, por usar de forma incorreta o véu islâmico.
A formação de Carlos Queiroz tem o destino nas mãos e, por coincidência, vai discutir a qualificação, na terça-feira, com os Estados Unidos, precisamente a equipa face à qual conseguiu a sua histórica primeira vitória em Mundiais.
O jogo contra os EUA terá uma dimensão altamente política, uma vez que a tensão entre Washington e Teerão se escalou após a repressão do governo iraniano.