Qatar 2022: Portugal

"Não posso pensar com o coração, tenho de pensar com a cabeça"

Fernando Santos nega que o ruído à volta de Cristiano Ronaldo tenha influenciado a prestação da equipa.

"Não posso pensar com o coração, tenho de pensar com a cabeça"
Georgi Licovski

Fernando Santos considera que faltou “velocidade” e “criatividade” à seleção portuguesa para vencer contra Marrocos. Em entrevista à SIC Notícias, depois do jogo, o selecionador nacional nega ter sido afetado pelo ruído que se gerou à volta de Cristiano Ronaldo e admitiu que irá falar com o presidente da Federação Portuguesa de Futebol sobre a continuidade no cargo.

“O que nos faltou essencialmente na primeira parte foi velocidade, criatividade. Era o que tínhamos desenhado para este jogo, sabíamos que este jogo tinha essa complicação, mas pensávamos que conseguíamos desmontar”, disse Fernando Santos, acrescentando que tinha estudado o jogo entre Espanha e Marrocos para identificar as dificuldades.

O selecionador nacional considera que a equipa das quinas foi “penalizada” com um golo na primeira parte, considerando injusto ir para intervalo a perder. No balneário disse aos jogadores “para terem a cabeça no lugar, porque a sua capacidade e qualidade ia dar a volta ao jogo”.

Loading...

“Acho que os 10 minutos finais e no prolongamento entrámos muito em modo de ansiedade. Circulamos, mas faltou-nos, no último terço, tentar mais qualquer coisa diferente. Caímos muito na tentação de cruzar, cruzar e cruzar. Acho que podíamos ter feito um pouco melhor. Mas os jogadores quiseram muito”, afirma. “Faltou uma pontinha de sorte.”

Fernando Santos considera que a “desilusão é muito grande para todos”, uma vez que a equipa estava confiante de que iria ficar no Qatar até dia 19 – data em que se joga a final do Mundial.

“Não posso pensar com o coração”

Questionado se o ruído à volta de Cristiano Ronaldo teve alguma influência negativa na equipa, Fernando Santos recusou perentoriamente. Afirma que teve sempre em vista “o que é melhor para a equipa”.

“A decisão que tomei estratégica para os jogos se fosse vista pelo coração, se calhar foi das mais difíceis que eu tomei. Mas não posso pensar com o coração, tenho de pensar com a cabeça e naquilo que é melhor para a equipa verdadeiramente. Pensarem que isso é porque eu acho que o CR já não é um grande jogador, não tem nada a ver com isso”, disse Fernando Santos.

Friedemann Vogel

O selecionador nacional tem contrato até 2024, mas avança que irá falar com o presidente da Federação Portuguesa de Futebol sobre a sua permanência à frente da equipa da Quinas