O chefe do Estado Maior das Forças Armadas diz estar "profundamente triste" com o alegado envolvimento de militares na rede de tráfico de outo e diamantes. O almirante António Silva Ribeiro garante que se trata de um caso isolado e não prejudica as Forças Armadas.
"Manifesto o meu profundo repudio pelo comportamento destes militares", admite o chefe do Estado Maior das Forças Armadas, três dias após as buscas e a detenção de 11 suspeitos.
Na primeira reação ao caso, o almirante António Silva Ribeiro, avisa que "não se sente envergonhado", por entender que "as Forças Armadas não são aquilo".
O almirante prefere destacar o papel daqueles que denunciaram a alegada rede de tráfico e garante que as suspeitas de crime, as regras de fiscalização foram reforçadas.
"Foram tomadas medidas quer no aeroporto de trânsito N.º1 da Força Aérea, quer na preparação das bagagens, nos despacho e controlo à chegada a Lisboa", para evitar que o mesmo volte a contecer.
O ouro, a droga e diamantes vinham, sobretudo, da República Centro-Africana, onde Portugal tem militares desde 2017.
Dos 11 arguidos, detidos na segunda-feira, dois estão em prisão preventiva, como é o caso de Paulo Nazaré, alegado cabecilha da operação de contrabando.
Os restantes 9 suspeitos encontram-se em liberdade, sujeitos a apresentações periódicas.
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