Orçamento do Estado

“Não se combate uma crise com medidas que são remendos”

Mariana Mortágua defende que o Governo deveria fazer alterações estruturais para responder à crise pandémica

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Mariana Mortágua considerou esta terça-feira, na Edição da Noite, que o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) “não combate a crise” causada pela pandemia de Covid-19. A deputada do Bloco de Esquerda considera ainda que as medidas apresentadas pelo Governos são “pelo mínimo”.

“Eu tenho esta sensação – e eu penso que vai ficando mais clara – que são sempre medidas pelo mínimo. O Governo faz sempre só o suficiente em cada setor quando se percebe que aquele setor está muito perto do colapso e portanto há uma gestão da crise e da pandemia sempre nos mínimos e não uma visão estratégica de como resolver a crise e uma crise que é estrutural e que, por ser estrutural, tem de ter respostas estruturais”, disse Mariana Mortágua.

Sobre o chumbo do Bloco de Esquerda na primeira votação na generalidade do OE2021, a deputada nãos se compromete com uma mudanta do sentido do voto, mas também não fecha a porta à negociação com o Governo. Avança, no entanto, que não tem havido negociação entre o partido e o Executivo sobre as propostas apresentadas pelo Bloco.

“As condições que o Bloco colocou como mínimos para que o OE2021 possa dar uma resposta estruturada à crise são as 12 propostas que apresentámos. Essas 12 propostas elas não são o início da conversa, elas são o ponto de chegada de longos meses de negociação em que muitas propostas, inclusive ficaram pelo caminho”, explicou.

Com base nas declarações de Mário Centeno, Governador do Banco de Portugal, Mariana Mortágua disse ainda que “não se combate uma crise – que é a maior crise desde a II Guerra Mundial – com medidas que são remendos ou que são temporárias” e sublinha que Mário Centeno admite “que as desigualdades estruturais vão aumentar”, nomeadamente o desemprego estrutural e o pobreza.

“Nós já aprendemos, porque o passado já nos mostrou, que o desemprego, as desigualdades e a pobreza não resolvem o problema da dívida porque enquanto há crise há dívida e a crise só aumenta a dívida”, reforçou a deputada bloquista.