O Governo propôs, na quinta-feira, atualizações salariais de 0,9% para toda a Administração Pública em 2022. Para os sindicatos, este valor fica muito aquém do desejado. Alegam que os funcionários públicos já perderam, pelo menos, 11% do poder de compra na última década.
O aumento salarial de 0,9% para os trabalhadores da Administração Pública, avançados pela ministra Alexandra Leitão na reunião de quinta-feira com os sindicatos da Função Pública, vai ter um impacto orçamental bruto de 225 milhões de euros.
Apesar de considerarem insuficiente a proposta de aumento do Governo, alguns sindicatos esperam que a promessa de iniciar a renegociação de outras reivindicações, no primeiro trimestre de 2022, possa ser cumprida.
Ainda assim, a FESAP sublinha que a tutela se comprometeu a contemplar, ainda no OE de 2022, o resultado das negociações que só começam no próximo ano.
Nos últimos 12 anos, apenas em 2020 houve aumentos generalizados
Em 2021 houve aumentos de 20 euros para a primeira remuneração base da Função Pública, para os 665 euros (valor igual ao do salário mínimo nacional) e em 10 euros para os salários que se situavam entre os 665 e os 791,91 euros.
Alexandra Leitão disse na altura que os aumentos em 2021 abrangeram todos os trabalhadores com salário inferior a 800 euros, o que se traduziu em 148 mil trabalhadores abrangidos e numa despesa de 41 milhões de euros.
O número de trabalhadores das administrações públicas é superior a 700 mil.
Nos últimos 12 anos, apenas em 2020 houve aumentos para todos os trabalhadores da administração pública, de 0,3%, em linha com a inflação.
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