O Presidente do PSD, Rui Rio, reafirma que o Partido Social Democrata vai votar contra a proposta de Orçamento do Estado para 2022, esta quarta-feira.
"O que eu disse ontem sobre o PSD/Madeira, PSD do Continente, PSD/Açores mantém-se", afirma, reforçando que o PSD decidiu, através da Comissão Política Nacional, votar contra o Orçamento do Estado.
O líder do PSD refere, em declarações aos jornalistas no Parlamento, que a Comissão Política Regional da Madeira também decidiu votar contra o Orçamento do Estado, "em consonância com a direção nacional".
"Temos 79 deputados. Está decidido há muito tempo e é assim, vai acontecer. Os 79 votos do PSD são contra o Orçamento do Estado", afirma.
PSD/Madeira disponível para negociar
O líder do PSD/Madeira diz, na terça-feira, estar disponível para negociar com o Governo a aprovação do Orçamento do Estado para 2022, caso António Costa aceite o caderno de encargos que apresenta. No Parlamento há três deputados eleitos pelo PSD/Madeira que podem mudar a intenção de voto.
Já no OE 2020 os três deputados votaram de maneira diferente do PSD nacional, o que lhes valeu um processo disciplinar. Este ano, o cenário parecia estar completamente posto de lado.
Entre as propostas estão a regulamentação do subsídio de mobilidade, a fixação do preço das viagens aéreas entre a região e o resto do país em 86 euros, assim como o pagamento de 50% do novo hospital, entre outros.
O presidente do Governo regional diz que não houve qualquer contacto da parte de António Costa e, caso haja, logo se verá.
A abstenção dos três deputados não chega para viabilizar o Orçamento. Para que o Governo chegue aos 116 deputados, seria necessário que os deputados madeirenses votassem a favor, e que os três deputados do PAN e as duas deputadas não inscritas mudassem a sua intenção de voto para favorável.
Encontro de Marcelo e Rangel
Sobre o encontro entre o Presidente da República e Paulo Rangel, o Presidente do PSD considera que é "muito estranho" que Marcelo Rebelo de Sousa receba um "putativo candidato" à liderança de um partido.
"Se for verdade, ainda por cima sobre as eleições legislativas com vista às diretas do PSD, significa que vamos condicionar o país", disse.
Marcelo Rebelo de Sousa admitiu ter feito diligências complementares na terça-feira para tentar encontrar um entendimento para aprovação do Orçamento. O Presidente da República afirma que fez "o que tinha a fazer".
"Até ao momento do começo do debate - a partir desse momento obviamente não podia intervir - ainda fiz diligências complementares para ver se era possível, de facto, chegar-se a um entendimento", disse o Chefe de Estado.
No site da Presidência, foi anunciado a realização de reuniões com Paulo Rangel, candidato à liderança do PSD, e Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa.
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