O chumbo do Orçamento do Estado pela Assembleia da República, na quarta-feira, está a correr o mundo, tendo sido notícia em vários órgãos de imprensa internacional.
Nos Estados Unidos, o jornal Politico escreve que a esquerda "terminou o romance" com António Costa. No francês Le Monde, repete-se também a ideia de que o primeiro-ministro foi "deixado" pelos aliados à esquerda.
Já o El País escreve que a sessão parlamentar desta quarta-feira mostrou o quão "pouco edificantes" são os divórcios, realçando as acusações trocadas entre o PS e o Bloco de Esquerda, depois de seis anos de "cumplicidade".
O chumbo do Orçamento para 2022 foi também notícia no britânico The Guardian, na Bloomberg e no jornal espanhol ABC.
Orçamento chumbado: e agora?
A Assembleia da República chumbou esta quarta-feira, na generalidade, a proposta de Orçamento do Estado para 2022, com os votos contra do BE, PCP, PEV, PSD, CDS, IL e Chega, com a abstenção do PAN e das deputadas não-inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues e com o voto favorável do PS.
Com luz vermelha à proposta do Governo, abrem-se dois caminhos: ou o Executivo de António Costa reescreve o Orçamento e apresenta uma nova versão aos deputados, ou o Parlamento é dissolvido, como já antecipou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Assim que o Presidente da República anuncie a dissolução do Parlamento, tem de marcar novas eleições legislativas. Até lá, o país é governado com base no Orçamento anterior pelo sistema de duodécimos.
O Governo mantém-se em funções, mas com poderes limitados.