Sismo na Turquia e Síria

Sismo na Turquia: equipas internacionais de salvamento já estão no terreno

Francisco Rocha, presidente da Escola Portuguesa de Salvamento, explica como irá ser conduzido o processo de resgate e qual o papel das equipas internacionais nesta operação.

Resgate de vítimas após sismo na Turquia.
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As equipas de intervenção e resgate já retiraram, pelo menos, 8.000 pessoas dos escombros, na sequência do sismo de atingiu a Turquia e a Síria. Francisco Rocha, presidente da Escola Portuguesa de Salvamento, explica que este número deverá aumentar ao longo do dia, com a chegada das equipas de salvamento internacionais.

As pessoas que, neste momento, estão a ser salvas e as que foram salvas nas primeiras 24 horas, na verdade, foram salvas pelas próprias familiares, vizinhos, população e pelas equipas de emergência que se conseguiram recompor e conseguiram iniciar salvamentos”, explica em entrevista à SIC Notícias. “Nas primeiras 24 horas as próprias sistemas de emergência do país da zona afetada e também não tem essa capacidade de resposta.”

Dezenas de equipas internacionais mobilizaram-se para ajudar as autoridades turcas a retirar as pessoas presas nos escombros. No local estão já 20 equipas internacionais e pelo menos 26 estão a caminho da Turquia. No total, são perto de 2.000 operacionais que “estão a entrar no país, neste momento, para realizar salvamentos”.

“Vai aumentar o número de vítimas vivas, é verdade. Mas também vai aumentar o número de vítimas mortas, porque muitas das vítimas mortas nem sequer estão a ser contabilizadas porque a prioridade das equipas de salvamento é procurar vivos e retirar as vítimas”, alerta Francisco Rocha.

As equipas correm contra o tempo. A janela de oportunidade para salvar as vítimas está a passar. “O que está escrito em termos estatísticos é que, ao fim de 48 horas, a taxa de sobrevivência desce para os 30%”, explica o especialista em resgate.

“As equipas locais vão trabalhar nas vítimas que são as mais fáceis de retirar, aquelas que na realidade não têm grande dificuldade técnica, não têm movimentar carga, não têm que abrir acessos. As equipas internacionais vão trabalhar nestas dificuldades, vêm com capacidade técnica para estar no local e fazer tudo o que é necessário para libertar uma vítima do colapso”, prossegue.

Portugal também se mostrou disponível para integrar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, no entanto, Francisco Rocha sublinha que, provavelmente, os meios serão disponibilizados para uma outra fase, devido à distância.

“Portugal tem hipótese e tem equipas preparadas para arrancar para lá. Mas vamos ser realistas: Portugal é um dos territórios mais afastados da zona – em termos europeus – e que, em termos logísticos, é o que mais demora a chegar lá. Provavelmente vão ter meios para trabalhar lá, mas não será nesta fase inicial porque as equipas mais da zona foram as primeiras a mobilizar para lá.”