O sismo de segunda-feira na Turquia e na Síria ultrapassou os 11.200 mortos, de acordo com o balanço oficial desta quarta-feira.
As equipas de resgate continuam a correr contra o tempo para encontrar sobreviventes entre os escombros, contudo há locais onde a ajuda ainda não chegou.
Milhares de pessoas que viram as suas casas desabar estão a dormir na rua. Tentam contrariar as temperaturas negativas que se fazem sentir com mantas e pequenas lareiras, mas nada atenua o desespero daqueles que continuam a ter familiares presos no meio de toneladas de escombros.
Os que ainda resistem no meio dos destroços, esperam pela chegada de ajuda, agarrando-se à esperança de voltar a ver os seus, continuando a comunicar com o exterior.
Numa cidade, a poucos quilómetros do epicentro, a norte de Gaziantepea, a única ajuda que tem chegado é água, alguma roupa e comida quente, mas pouca para a quantidade de gente que ficou sem nada.
“A nossa casa desapareceu. Dormimos no chão molhado. Nem um chá quente temos para beber. ”
Em Malatya, mesmo com a ajuda da Proteção Civil local, com a montagem de tendas de emergência e distribuição de agasalhos, só o fogo das pequenas lareiras que se vão fazendo ajuda a disfarçar os quase 10 graus negativos.
“Estamos muito mal. Esta é a nossa situação, estamos a tentar aquecer-nos com esta fogueira. Estamos a tentar viver sem comida ou água.”
Pedem melhores condições,“se nos derem aquecedores não pedimos mais nada”, uma vez que a prioridade não é reconstruir os prédios que desabaram, mas sim conseguir resgatar o maior número de pessoas, desejando que seja uma espera com o mínimo de condições.
No outro lado da fronteira, em Alepo, na Síria, há quem tenha mesmo recusado ir para abrigos com medo de novos terramotos passando dias e noites
na rua onde dormem na calçada ou dentro dos carros.