O Ministério Público pede dois a três anos de prisão efetiva para Armando Vara, no processo extraído da Operação Marquês. O antigo ministro e ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos voltou a não querer falar na última sessão do julgamento.
Não falou à primeira, não esteve presente à segunda e à terceira e última oportunidade voltou a ficar em silêncio. Armando Vara esgotou as possibilidades para falar em julgamento no dia em que ouviu o Ministério Público descrever, em tribunal, uma conduta de branqueamento de capitais eficiente e sofisticada.
Nas alegações finais, o procurador conclui que ficou demonstrado e provado em três sessões de julgamento que Armando Vara branqueou meio milhão de euros.
Garante que o antigo ministro sabia que o dinheiro tinha origem em fraude fiscal, até porque já tinha assumido um problema com o fisco durante a fase de instrução, mas que, ainda assim, não demonstrou arrependimento.
Pede, por isso, que Armando Vara seja condenado a uma pena entre os dois e os três anos de prisão efetiva.
A defesa garante que Armando Vara está inocente e pede a absolvição ou, no limite, uma pena suspensa.
Separado do processo principal, Armando Vara é o primeiro arguido da Operação Marquês a ser julgado e vai ser o primeiro a conhecer a decisão a 13 de julho.
Acusado inicialmente de cinco crimes, incluindo de ter sido corrompido com 1 milhão de euros por empresários do empreendimento Vale do Lobo, o antigo ministro e ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos responde agora apenas por um crime de branqueamento de capitais.
Noutro processo, o Face Oculta, Armando Vara já cumpre uma pena de cinco anos de prisão por tráfico de influências.