Alexandra Reis desmentiu a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, durante a audição na Assembleia da República. José Gomes Ferreira considera que estas audições têm “um conjunto de conclusões muito negativas” sobre a forma como a TAP está a ser gerida.
“O que aconteceu foi que Alexandra Reis se tornou absolutamente incómoda, numa empresa em que a presidente executiva da administração queria pôr e dispor porque tinha as costas quentes – na expressão popular – daquilo que era a tutela das Infraestruturas”, afirma o jornalista. E prossegue: “Cozinhavam as coisas em conjunto e decidiam, mesmo que fosse contra o interesse da empresa”
A saída de Alexandra Reis com uma indemnização de meio milhão de euros é, para o jornalista, uma história de “decisão política”. José Gomes Ferreira questiona o silêncio de António Costa que ainda não se manifestou sobre este caso que assombra o Governo.
“Esta é a história de uma empresa que está à disposição da tutela das Infraestruturas que põe e dispõe, com a conivência das Finanças – que não querem saber do que lá se passa, João Leão não quis saber do que lá se passava, Miguel Cruz diz que não sabia, de certeza que sabia e tem de vir explicar.”
O jornalista da SIC critica ainda a suposta reunião organizada por elementos do grupo parlamentar do PS e do Governo para “treinar” a CEO da TAP a responder perante os deputados da comissão de inquérito.
“Isto é politicamente insustentável. Eu não sei o que António Costa anda a fazer que não diz nada sobre isto. O Presidente da República, quando falar, vai exigir que se tirem ilações e que se assumam consequências”, afirma.