
Uma carta aberta assinada por 25 figuras de relevo na sociedade portuguesa manifestam-se contra a privatização da TAP e sublinham a importância da companhia aérea para a economia portuguesa. Afirmam que esta “não é um ativo tóxico”, mas sim um “trunfo económico” que deve estar ao serviço do país.
“Digamos a verdade: a TAP é uma das empresas portuguesas que mais contribuem para o crescimento da economia nacional. Em 2022, o contributo do turismo para o PIB português foi de 8,8%; somado o contributo indireto, foi de 19,1%. A TAP foi uma das principais contribuidoras para esses resultados”, pode ler-se no subscrito publicado no Jornal Público.
Defendem, por essa razão, que a companhia aérea deve manter-se nas mãos do Estado para ser bem gerida. Garantem que, se for privatizada, a TAP irá apenas servir o que chamam de interesses ocultos.
“Uma TAP, controlada por capitais públicos e bem gerida, à semelhança da CGD, poderá gerar dividendos para os contribuintes. Por isso, só a manutenção pública da TAP permitirá que venhamos a recuperar o dinheiro ali investido, através da distribuição futura de dividendos. A sua anunciada privatização só serviria interesses ocultos e não o interesse nacional”, pode ainda ler-se.
Na carta aberta, o grupo recorda outras privatizações que consideram ter sido ruinosas para o país, nomeadamente a EDP, a REN, a Galp e os CTT.
Confira a lista de signatários desta carta aberta:
- António-Pedro Vasconcelos
- Anabela Mota Ribeiro
- Ana Gomes
- André Freire
- António Correia de Campos
- António Garcia Pereira
- Bernardo Trindade
- Carmo Afonso
- Daniel Oliveira
- Eduardo Gageiro
- Eduardo Paz Ferreira
- Fernando Rosas
- Francisco Louçã
- Gabriel Leite Mota
- Inês Pedrosa
- José Vítor Malheiros
- Luísa Schmidt
- Maria Emília Brederode Santos
- Miguel Prata Roque
- Paulo de Morais
- Pedro Abrunhosa
- Ricardo Monteiro
- Ricardo Paes Mamede
- Ricardo Sá Fernandes
- Vasco Lourenço
Em 2014, um manifesto intitulado “Não TAP os olhos” reunia assinaturas de 60 personalidades portuguesas, de várias áreas, contra a privatização da companhia. O Governo de Passos Coelho avançou com a venda da companhia em 2015, que acabou por ser revertida, pouco tempo depois, por António Costa.