No dia em que a dose começou a ser ministrada a maiores de 50 anos que tenham recebido a vacina da Jansen, o Presidente da República diz que a enorme adesão dos portugueses afasta qualquer possibilidade de tornar a vacina obrigatória. O Governo garante que está contratualizado com a Pfizer o fornecimento de vacinas pediátricas e que as doses garantem a cobertura das mais de 600 mil crianças entre os 5 e os 11 anos.
Hoje iniciou-se o primeiro de quatro dias de vacinação para as pessoas com mais de 50 anos que foram vacinadas com a vacina da Janssen.
A vacinação deste grupo prossegue no feriado de 8 de dezembro e nos domingos seguintes, dias 12 e 19 de dezembro.
Vacina obrigatória? Presidente da República diz que questão não se coloca em Portugal
O Presidente da República declarou-se hoje feliz com a adesão dos portugueses à vacinação contra a covid-19, "sem necessidade de vacinação obrigatória", e afirmou esperar o mesmo relativamente às crianças, ressalvando que está dependente das autoridades sanitárias.
"Estou feliz por saber que hoje mesmo está prevista a vacinação de dezenas de milhares de portugueses e que a adesão é tão grande que não se coloca em Portugal a questão de ter de haver vacinação obrigatória. Os portugueses percebem que devem vacinar-se, sem necessidade de vacinação obrigatória", declarou o chefe de Estado aos jornalistas, em Cascais, Lisboa.
Se adesão à vacinação continuar "não há nada para tornar obrigatório", considera Lacerda Sales
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde considera que "não há nada para tornar obrigatório" se a adesão à vacinação contra a covid-19 se mantiver, destacando que os portugueses aderem "histórica e culturalmente" à vacinação.
Sobre a vacinação de crianças, Lacerda Sales diz esperar que os pais das crianças abaixo dos 12 anos permitam a sua vacinação , caso seja aprovada pelas autoridades de saúde.
"Na minha perspetiva, eu acho que se continuarmos com o exemplo de cidadania que hoje aqui estamos a ver, com o exemplo de cidadania que temos visto nos portugueses ao longo destes meses de vacinação, eu acho que não há nada para tornar obrigatório, porque os portugueses aderem por si só a estas mensagens de sensibilização", afirmou Lacerda Sales.
Escusando-se a comentar as palavras do chefe de Estado, António Lacerda Sales argumentou ainda não ser "jurista nem constitucionalista" para se pronunciar sobre essa matéria.
Contudo, destacou que "os portugueses têm uma cultura de sensibilização muito grande à vacinação e é histórica, não é de agora".
"Temos um plano de vacinação com uma cobertura superior a 97, 98 por cento. Portanto, os portugueses estão habituados a aderir à vacinação, aderem à vacinação histórica e culturalmente", prosseguiu.
Meta de 1,5 milhões de pessoas com dose de reforço atingida 14 dias antes do previsto
Lacerda Sales destacou ainda que se atingiu "a meta de um milhão e meio de pessoas vacinadas" com a dose de reforço contra o novo coronavírus "14 dias antes" da data com a qual o Governo se tinha comprometido.
"Isso deve-se, de facto, ao tal enorme esforço de planeamento e a um enorme esforço dos portugueses", declarou, referindo que "esta almofada temporal" permite "vacinar, até ao Natal, mais gente dentro das faixas elegíveis", para que "haja um menor impacto possível sobre a época do Natal nas famílias" e também "um menor impacto possível sobre os serviços de saúde".
Vacinação de crianças: "Espero que haja adesão por parte dos pais"
À pergunta se espera este grau de adesão, caso a Direção-Geral da Saúde entenda vacinar crianças com menos de 12 anos, o secretário de Estado respondeu que primeiro é necessário o parecer da Comissão Técnica de Vacinação.
"Espero, também, que haja uma adesão grande por parte dos pais das crianças, porque estamos a falar de crianças ainda sem autonomia para poderem decidir", assinalou, frisando que a vacinação "é feita com segurança e tem eficácia, isso é que é importante".
SAIBA MAIS
-
Vacina obrigatória? Presidente da República diz que questão não se coloca em Portugal
-
Vacinação de crianças: "Não vejo razão para não haver adesão da parte dos pais"
-
Covid-19: dois passageiros vindos de Moçambique testam positivo
-
Casos da nova variante Ómicron disparam para 183 na Dinamarca
-
Portugal com mais 23 mortes e 3.786 novos casos de covid-19 em 24 horas