Vacinar Portugal

"Temos de ajudar o resto do mundo": o apelo do médico que recebeu a primeira vacina contra a covid-19 em Portugal

Primeira vacina foi administrada a 27 de dezembro de 2020.

A vacinação do médico António Sarmento
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António Sarmento, médico infecciologista, de 65 anos, do Hospital de São João, no Porto, recebeu há precisamente um ano a primeira dose da vacina contra a covid-19 em Portugal.

O médico recorda o momento, deixa um apelo e lembra que enquanto o vírus não estiver controlado no mundo inteiro, nenhum país está em segurança.

"A vacinação é um instrumento fundamental", reitera António Sarmento.

Desde 27 de dezembro de 2020 quase 8,7 milhões de pessoas foram vacinadas e mais de 2,5 milhões receberam a dose de reforço.

O processo de vacinação não foi linear e teve até algumas polémicas pelo meio, desde falhas de entregas de lotes a problemas de vacinação indevida – como, por exemplo, pessoas saudáveis que receberam a vacina antes do tempo.

Estes casos levaram à demissão de Francisco Ramos, a 3 de fevereiro, substituído pelo vice-almirante Gouveia e Melo, que coordenou o plano de vacinação contra a covid-19 até setembro, quando a task force foi extinta.

Foi preciso chegar a outubro para atingir um recorde: 85% da população portuguesa já tinha duas doses administradas. Portugal tornava-se assim o país do mundo com mais vacinados.

Os primeiros a serem vacinados foram os profissionais de saúde e os trabalhadores e utentes dos lares de idosos.

A 21 de abril começou a aplicar-se o critério por faixa etária decrescente, ainda que as pessoas com doenças consideradas de risco continuassem a ter prioridade. É também nesta fase que começa a funcionar o autoagendamento.

Um ano depois, os portugueses são referidos muitas vezes como exemplo por causa da elevada adesão.

O esquema vacinal completo permitiu à maioria dos que – mesmo assim – contraíram a doença sobreviver. Entre fevereiro e outubro de 2021, não morreu nenhum infetado com covid-19 entre os 30 e os 49 anos.

A população com mais de 80 anos é a que mais mortalidade registou: entre os 18 e os 28% de pessoas infetadas acabara por perder a vida.

Com o frio do inverno e o aparecimento da variante Ómicron, o número de novos casos voltou a disparar. Arrancou a dose de reforço, por faixas etárias, e foi aprovada a vacinação das crianças.

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