A Agência Europeia do Medicamento (EMA) afirmou esta quarta-feira estar confiante de que as vacinas atualmente utilizadas na União Europeia protejam contra a variante descoberta na Índia do coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19.
"Até agora, no geral, estamos bastantes confiantes de que as vacinas cobrem em geral esta variante", disse em conferência de imprensa virtual o responsável para a estratégia de vacinação da agência, Marco Cavaleri.
Cavaleri afirmou que "os dados parecem bastante seguros no sentido de, pelo menos, a vacina com a tecnologia 'RNA mensageiro' (mRNA) serão eficazes a neutralizar essa variante, pelo menos garantindo proteção suficiente" contra a doença, reforçou.
O diretor do departamento de Ameaças Sanitárias Biológicas e Estratégia de Vacinação indicou que a EMA também espera que "a vacina de vetor viral também seja eficaz", referindo que se aguardam mais dados recolhidos na Índia, onde a vacina de vetor viral da Astrazeneca está a ser utilizada.
Questionado sobre a análise à vacina russa Sputnik V, que ainda não teve autorização de uso da EMA, Marco Cavaleri referiu que decorrem inspeções de boas práticas de fabrico e boas práticas clínicas de produção e que "nas próximas semanas" poderá ser definido o calendário para uma potencial aprovação de uso na União Europeia.
Quando à chinesa Sinovac, Marco Cavaleri apontou que a agência está ainda a combinar quando lhe poderão ser enviados elementos para análise.
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Alerta da OMS: variante detetada na Índia presente em 44 países
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou ter detetado a variante, responsável pelo surto de casos da covid-19 na Índia, em dezenas de outros países de todo o mundo.
A variante B.1.617, que apareceu pela primeira vez na Índia em outubro, foi detetada em "44 países nas seis regiões da OMS", disse a OMS, que acrescentou ter recebido "notificações de deteção em cinco outros países".
Além da Índia, o maior número de casos de infeção com a variante B.1.617 foi detetado no Reino Unido.
Esta semana, a OMS classificou esta variante do novo coronavírus como "de preocupação ou de interesse global" por estudos indicarem ser mais contagiosa do que o vírus original.