O pediatra e intensivista Francisco Abecasis e a professora da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, Alexandrina Ferreira Mendes, estiveram na Edição da Noite da SIC Notícias, esta sexta-feira, para debater dois temas: a dose de reforço da vacina contra a covid-19 e a vacinação de crianças com mais 12 anos.
Francisco Abecasis diz que as crianças podem ter efeitos secundários mais graves, caso sejam vacinadas, e que por isso é contra a vacinação dos jovens.
"Sou contra a vacinação de crianças e adolescentes nesta fase. A razão é muito simples, estas vacinas foram desenvolvidas com dois objetivos: evitar doença grave e morte. Se as crianças não têm nem doença grave, nem morte, então as vacinas não deviam ser recomendadas para elas porque não foi com esse intuito que foram desenvolvidas e as crianças não vão ter um benefício da vacina", disse à SIC Notícias.
"Surgiram alguns sinais de alerta ao aparecerem efeitos secundários mais graves em crianças e adultos jovens que não tinham acontecido quando se vacinou a população mais idosa", acrescentou.
Por outro lado, Alexandrina Ferreira Mendes acredita que a vacinação de crianças a partir dos 12 anos é benéfica, especialmente se aparecerem novas variantes de covid-19.
"Quanto mais pessoas vacinadas, incluindo as crianças a partir dos 12 anos, que são aquelas para as quais já há resultados de ensaios clínicos, isso é benéfico para as crianças, porque embora sejam raros os casos de doença grave nas crianças, eles não são inexistentes. Por outro lado, sabemos que estão a aparecer novas variantes e as vacinas atuais, para as variantes já conhecidas, têm também uma eficácia significativa, o que quer dizer que também poderão proteger estas crianças", afirmou à SIC Notícias.
"Tudo aquilo que represente mais proteção é útil e vantajoso", rematou.