Os números da Covid-19

Portugal com mais 17 mortes e 3.773 novos casos de covid-19 em 24 horas

Estão internados 681 doentes, 105 em cuidados intensivos.

Portugal com mais 17 mortes e 3.773 novos casos de covid-19 em 24 horas
Armando Franca

Portugal contabiliza esta quarta-feira mais 17 mortes e 3.773 novos casos de covid-19, segundo o relatório diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Este é o número de casos diários de covid-19 mais elevado desde 23 de julho, há quatro meses, quando Portugal atingiu os 3.794 casos de covid-19.

Desde o início da pandemia, Portugal já registou 18.370 mortes e 1.130.091 casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2, estando ativos 48.032 casos, 2.262 em relação a terça-feira.

O boletim da DGS revela que estão internados 681 doentes, mais 32. Nos cuidados intensivos estão 105 doentes, mais 12 em relação a terça-feira.

Segundo dados da DGS, desde 1 de setembro que não se verificava um número tão elevado de internamentos, estando também nessa altura 681 pessoas hospitalizadas, e os doentes em cuidados intensivos duplicaram desde outubro.

Os dados indicam ainda que mais 1.494 doentes foram dados como recuperados, fazendo subir para 1.063.689 o número total de recuperados desde o início da pandemia em Portugal, em março de 2020.

As autoridades de saúde têm sob vigilância 49.654 contactos, mais 2.296 relativamente ao dia anterior.

Incidência de infeções e índice de transmissibilidade aumentam

A taxa de incidência do vírus SARS-CoV-2 a nível nacional voltou a registar um aumento significativo, passando para 251,1 casos por 100 mil habitantes, enquanto o índice de transmissibilidade (Rt) subiu para 1,20.

Segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS), a nível nacional, a taxa de incidência passou, desde segunda-feira, de 228,9 para 251,1 casos de infeção por 100 mil habitantes a 14 dias. Considerando apenas Portugal continental, este indicador registou também um crescimento, passando de 228,8 para 251,3 casos por 100 mil habitantes.

O Rt - que estima o número de casos secundários de infeção resultantes de cada pessoa portadora do vírus - registou um crescimento a nível nacional de 1,19 para 1,20 entre segunda-feira e esta quarta-feira, sendo também esse valor o de Portugal continental.

As mortes por covid-19

Das 17 mortes, sete ocorreram no Centro, seis em Lisboa e Vale do Tejo, duas no Norte e outras duas na Madeira.

A maior parte dos óbitos ocorreu nos idosos com mais de 80 anos, num total de 10, registando-se ainda quatro mortes entre os 70 e os 79 anos e três entre os 60 e os 69 anos.

O maior número de óbitos continua a concentrar-se entre os idosos com mais de 80 anos (11.978), seguindo-se as faixas etárias entre os 70 e os 79 anos (3.937) e entre os 60 e os 69 anos (1.676).

Os casos por regiões

Segundo o boletim da DGS, nas últimas 24 horas, o maior número de infeções ocorreu na região de Lisboa e Vale do Tejo, com 1.126 notificações, contabilizando esta área geográfica, desde o início da crise pandémica, 434.759 casos e 7.802 mortos.

Na região Norte, registaram-se mais 1.090 casos, totalizando 426.614 e 5.633 óbitos.

Na região Centro, registaram-se 912 novos casos, perfazendo um total de 155.774 infeções e 3.240 mortos.

O Algarve notificou mais 284 casos, acumulando 47.194 contágios e 500 óbitos.

No Alentejo, foram assinalados 186 novos casos de infeção, somando 41.764 contágios e 1.059 mortos.

Segundo a DGS, a região Autónoma da Madeira contabilizou, nas últimas 24 horas, 70 novos casos, somando 14.005 infeções e 88 mortes.

Os Açores registaram 105 novos casos, totalizando 9.981 contágios e 48 mortes desde o início da pandemia.

As autoridades regionais dos Açores e da Madeira divulgam diariamente os seus dados, que podem não coincidir com a informação divulgada no boletim da DGS.

Covid-19: vacinação de crianças menores de 12 anos continua a dividir opiniões

A vacinação contra a covid-19 de crianças menores de 12 anos, sobre a qual a Agência Europeia do Medicamento deverá pronunciar-se na quinta-feira, continua a dividir as opiniões médicas e científicas.

Segundo o último relatório de monitorização das linhas vermelhas para a covid-19, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, "o grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada" são as crianças com menos de 10 anos (298 casos por cem mil habitantes), que "não são elegíveis para vacinação".

Perante o aumento do número de casos, volta o debate sobre o alargamento da vacinação às crianças com menos de 12 anos (entre 11% e 12% da população nacional). Até agora, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem assinalado que "não adianta vacinar crianças quando há profissionais de saúde, idosos e pessoas de alto risco no mundo que ainda estão à espera da primeira dose".

De visita a Lisboa, a 19 de outubro, o diretor regional para a Europa da OMS, Hans P. Klüge, admitia que a decisão de vacinar as crianças abaixo dos 12 anos demoraria "um pouco", dado que "as evidências ainda não são robustas o suficiente".

Entre os especialistas portugueses, as opiniões dividem-se: de um lado, profissionais como o epidemiologista Henrique Barros ou o perito em saúde pública Francisco George defendem a vacinação das crianças com menos de 12 anos, mal a segurança e a eficácia da vacina estejam comprovadas cientificamente, como "medida fundamental de proteção". Do outro, Jorge Amil Dias, presidente do Colégio da Especialidade de Pediatria da Ordem dos Médicos, tem manifestado reservas ao alargamento da vacinação, considerando que "ainda não há evidência que [o] justifique".

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A Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) anunciou a 18 de outubro que começaria a avaliar a administração da vacina Comirnaty, da farmacêutica Pfizer/BioNTech (atualmente autorizada em pessoas com 12 ou mais anos), em crianças entre os 5 e os 11 anos. Outras duas vacinas para crianças abaixo dos 12 anos estão já a gerar dados: Spikevax (Moderna) e Vaxzevria (AstraZeneca).

O parecer da EMA deve ser conhecido na quinta-feira e será depois transmitido à Comissão Europeia, que emitirá uma decisão final.

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