O avanço dos jihadistas está a desencadear uma fuga em massa para a capital da província. A Pemba continuam a chegar centenas de deslocados, alguns usaram até canoas para escapar à violência e pisar terra firme.
O grupo terrorista reivindica os ataques dos últimos dias. Fala na morte de pelo menos 55 pessoas e garante que passou a controlar "fábricas, empresas e bancos públicos".
O ataque à vila de Palma aconteceu na última quarta-feira. Não se sabe quantas pessoas morreram, mas quem está no terreno fala num cenário macabro. Há relatos de dezenas de corpos espalhados pelas ruas e de residentes que morreram afogados quando tentavam fugir pela praia.
Palma é agora uma vila fantasma. O silêncio é apenas quebrado pelo barulho dos combates que opõem forças moçambicanas a grupos de rebeldes.
A insurgência arrasta-se há mais de três anos e já provocou mais de 2 mil mortos e cerca de 700 mil deslocados, cerca de metade são crianças.
Portugal envia 60 militares para Moçambique
Portugal vai enviar 60 militares para o país para apoiar as Forças Armadas na formação de tropas especiais. O Ministério dos Negócios Estrangeiros diz que já chegou a Pemba uma equipa da embaixada portuguesa em Maputo para referenciar os portugueses na região.
Os primeiros elementos do contingente português que vai ajudar na formação das forças militares moçambicanas partirão na primeira quinzena de abril, confirmou à Lusa o Ministério da Defesa.
"O que vamos destacar são formadores para formar fuzileiros e comandos. São militares que têm essas valências, forças especiais", disse Gomes Cravinho.
Quanto aos locais de trabalho, está previsto que os militares portugueses estarão no sul do país, perto de Maputo, e no centro, disse então o ministro da Defesa português.