Marco Carvalho, responsável pela logística do festival, e José Orlando, responsável pela produção artística do Vodafone Paredes de Coura, foram os convidados do videocast “O Couraíso”, com as jornalistas Graça Costa Pereira e Sílvia Lima Rato.
Os dois trabalham nos bastidores do festival e colecionam histórias de contratempos e exigências, quer relacionados com bandas e artistas, quer relativos ao espaços do recinto.
Marco tem como função pensar “em cada cantinho do festival e cada necessidade das equipas que trabalham cá dentro”, desde o backstage à área de imprensa.
“Cada espaço do recinto tem particularidades. Já herdei um ‘layout' feito e, basicamente, é preciso aprimorá-lo de ano para ano”, contou.
Por sua vez, José coordena os artistas e cuida das necessidades das bandas relacionadas com a hospitalidade, transportes e exigências técnicas. E é no transporte dos equipamentos para o recinto que reside um dos maiores desafios desta operação.
Marco considera que, "logisticamente, o recinto é um milagre que se faz há 30 anos e que se repete todos os anos".
“É muito difícil fazer aqui as montagens. O recinto tem uma estrada apenas, que todos os camiões têm que fazer. Temos bandas internacionais que estão com as mãos na cabeça. Ver os camionistas a entrar e sair é assustador para quem não conhece o recinto”, aponta.
E continua:
“Se acontecer alguma coisa, o camião cai ao rio. Nunca aconteceu, mas é assustador ver aquilo”.
No entanto, o encanto do recinto de Paredes de Coura suplanta as dificuldades para aqui chegar. Só é preciso dar uma oportunidade à pequena vila portuguesa e ter a mente aberta. Mesmo assim, o primeiro impacto pode causar hesitações.
“Imaginem uma banda que vem de Nova Iorque. Aterra no Porto e começa a fazer a estrada para Paredes de Coura. A expectativa começa a descer bastante. Estamos a ver cabras, vacas, estamos no meio do monte e, de repente, já estão a ligar para os agentes a dizer: o que é que aconteceu que me mandaste para o fim do mundo?”.
Depois, vem o encanto com o “habitat natural da música”.
Este ano, as operações técnicas mais difíceis são com Wilco e Lorde, que atuam no sábado, último dia do festival.