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“Qual é o teu animal espiritual?” Tartarugas, elefantes ou preguiças, o desafio está lançado em Coura

David e Manu, dois franceses a viver em Portugal, estão decididos a riscar da lista uma série de desafios que pretendem cumprir no Paredes de Coura. Vão desde fazer “remixes” de músicas a pirâmides humanas. O mais ambicioso: descobrir qual o animal espiritual de quem frequenta o festival. 

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É no mar de toalhas coloridas que preenchem a relva à beira rio, na praia fluvial do Taboão, que encontramos Manu e David. Estão sentados na relva, de guitarra ao colo.

Vivem em Lisboa, mas são franceses, como o sotaque denuncia. E estão a tocar uma canção dos seus conterrâneos, L'Impératrice, que subiram na última noite ao palco principal do Paredes de Coura, deixando o público ao rubro.

É a “Agitations tropicales”, adiantam. Manu à guitarra, David a ajudar na voz – com um copo cheio de cerveja a fazer de microfone.

Quem conhece o original do grupo francês, reparará que esta versão não tem muito que ver. “É um remix”, brincam.

Estes “remixes instrumentais” serão parte de uma lista de desafios que querem completar aqui no festival. Outro deles é descobrir qual o “animal espiritual” de quem frequenta o Paredes de Coura.

“Queremos saber, neste festival, qual o animal da alma da gente que vem aqui”, tenta explicar Manu. “Pode ser só uma conexão que têm com um animal em especial, mas pode ser também a conexão com o comportamento de um animal.”

“É muito sério”, diz Manu, apressando-se a agarrar na caneta e no papel onde está a fazer a contagem das respostas dos festivaleiros.

“Ainda não está terminado. Temos muito trabalho ainda”, avisa. "Mas já temos bastantes pessoas: 94! Vamos chegar a uma centena!”

Quando a resposta à pergunta “qual é o teu animal espiritual?” é um “não sei”, o conselho de Manu é que se “escute o coração”.

Entre os animais mais escolhidos pelos festivaleiros há tartarugas, lobos, elefantes ou preguiças. “Eu próprio sou uma preguiça”, admite Manu, que confessa que o exercício está a ajudá-lo a aprender os nomes de muitos animais em português.

A pirâmide humana

“Mas temos outro desafio”, anuncia, logo de seguida: “fazer uma pirâmide humana!”

“Mas agora?”, perguntamos. “Sim!”, respondem de imediato, como se fosse uma evidência.

Do nada, Manu e David começam a chamar outros festivaleiros para participarem na pirâmide. “Precisamos de seis pessoas!”, dizem.

Numa verdadeira agitation tropical, em menos de nada, ali está uma pirâmide humana, montada de improviso, no terreno acidentado da relva de Coura. Um passo em falso e podem todos ir parar ao rio.

A história tem um final feliz. A pirâmide humana de festivaleiros fica completa e a missão é um sucesso.

“Então, agora precisamos de arranjar outros desafios!”, atira Manu.