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Audiência Nacional espanhola ordena libertação de nove etarras sem esperar pelo Supremo

A Sala Penal da Audiência Nacional em Madrid  deliberou hoje, por nove votos contra oito, libertar nove etarras sem esperar  pela decisão do Tribunal Supremo sobre uma doutrina que o Tribunal Europeu  de Direitos Humanos rejeitou que se aplique em Espanha. 

© Juan Medina / Reuters

A decisão foi tomada hoje dias antes da reunião do Supremo onde se esperava  um critério sobre o que fazer agora que a doutrina Parot, como é conhecida  essa jurisprudência, não pode ser aplicada. 

Mesmo sem critério ficou evidente, pela divisão dos magistrados, que  a polémica sobre a decisão do tribunal europeu se mantém: a decisão de hoje  só foi tomada porque o presidente da Sala Penal, Fernando Grande-Marlaska,  usou o seu voto de qualidade para romper o empate que existia. 

A decisão refere que no caso dos etarras com ordem de libertação já  lhe tinha sido alargada a pena, através da doutrina Parot, em março de 2006.

Com estas nove libertações, sobe para 11 o total de etarras libertados  na sequência da decisão europeia. 

Em outubro o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos ordenou a libertação  de Ines del Rio, militante do movimento terrorista basco ETA, presa desde  julho de 1987 e condenada a 3.828 anos de prisão por vários atentados. 

Com esta decisão, o tribunal rejeita que Espanha continue a aplicar,  como jurisprudência, a doutrina Parot, que vigora desde 2006, e obriga a  calcular a redução de penas sobre o total sentenciado e não sobre o limite  máximo de cumprimento de 30 anos de cadeia. 

 

Lusa