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Desmond Tutu não foi convidado para o funeral de Nelson Mandela

O arcebispo sul-africano Desmond Tutu,  ícone da paz no seu país, estará ausente no domingo no funeral do seu amigo  e companheiro de luta Nelson Mandela, segundo noticia a imprensa local.

© Stringer . / Reuters

O prémio Nobel da Paz Desmond Tutu, frequentemente crítico do governo  sul-africano, indicou hoje que não assistirá ao funeral do seu amigo e companheiro  de luta Nelson Mandela no domingo em Qunu, sul da África do Sul, porque  não foi convidado.  

O antigo arcebispo anglicano do Cabo anulou a viagem porque não recebeu  qualquer convite ou acreditação, indicou o gabinete de empresa de Tutu num  comunicado.  

"Mesmo que eu adorasse assistir à cerimónia para me despedir de uma  pessoa que eu amava, seria faltar ao respeito a 'Tata' (Nelson Mandela)  impor-me no que foi apresentado como um funeral estritamente familiar",  declarou Tutu.  

"O arcebispo não foi acreditado como membro do clero para o evento  e não assistirá", indicou a filha do Prémio Nobel da Paz à agência noticiosa  France Press. 

Anteriormente, um porta-voz de Desmond Tutu, Roger Friedman, recusou  comentar as notícias que sugerem que o arcebispo foi excluído devido à atitude  crítica em relação ao ANC, partido que Mandela levou ao poder em 1994. 

A urna de Nelson Mandela, envolta nas cores da África do Sul, foi transferida  hoje de manhã para o aeroporto militar perto de Pretória para uma cerimónia  do Congresso Nacional Africano (ANC), transmitida em direto.  

As mais altas personalidades do partido marcaram presença na cerimónia,  incluindo os sucessores Thabo Mbeki (1999-2008) e Jacob Zuma (desde 2009),  assim como a sua mulher Graça Machel, 68 anos, e a ex-mulher Winnie Madikizela-Mandela.

Cerca de 100.000 sul-africanos renderam homenagem ao líder sul-africano  nos três dias em que o corpo de Nelson Mandela esteve em câmara ardente  na sede do Governo em Pretória.  

Nelson Mandela morreu a 05 de dezembro em Joanesburgo, aos 95 anos.

O funeral de Estado será realizado no domingo em Qunu, no sul, onde  o antigo Presidente sul-africano passou parte da sua infância, na presença  de cerca de 5.000 pessoas, incluindo líderes internacionais. 

Lusa