"É o maior pedido cidadão de asilo da história", disseram porta-vozes do Avaaz, citados pela agência EFE, depois de membros do movimento terem entregado no Ministério das Relações Exteriores o pedido "em nome de Edward Snowden" e a petição assinada por cidadãos comuns, políticos e celebridades.
Um dos signatários é o cineasta brasileiro Fernando Meirelles, realizador da "Cidade de Deus", entre outros filmes, que juntou ao processo um texto no qual afirmou, segundo o Avaaz, que "a história de Snowden é como o argumento de um filme, a luta de um indivíduo voluntarioso contra o Governo mais poderoso do mundo".
Meirelles sublinhou que o Brasil "pode dar um final feliz" a essa "história real" se der "um lar" a Snowden.
O diretor-executivo do Avaaz, Ricken Patel, afirmou num comunicado distribuído à imprensa que a Presidente brasileira, Dilma Rousseff, deve decidir se o destino de Snowden vai ser marcado "pelas pressões dos Estados Unidos ou do povo", que pede que ele seja acolhido no Brasil.
Snowden está desde julho na Rússia, que em agosto lhe atribuiu um asilo temporário. Antes, o ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA) pediu asilo a duas dezenas de países, incluindo o Brasil.
Nos vários documentos secretos revelados por Snowden constavam informações sobre a espionagem norte-americana a comunicações de Dilma Rousseff, de vários dos seus ministros e colaboradores e de algumas empresas brasileiras, como a estatal Petrobras.
Na sequência dessas informações, Dilma Rousseff cancelou uma visita oficial aos Estados Unidos, em outubro, e promoveu um debate na ONU sobre limites à espionagem.
Esse debate foi concluído em dezembro, com a adoção de uma resolução da ONU em que é reafirmado "o direito à privacidade, segundo o qual ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou ilegais na sua vida privada, família, residência ou correspondências".
O Avaaz apresenta-se como um movimento global criado em 2007 para fazer ouvir a voz dos cidadãos na tomada de decisões políticas em todo o mundo.
Lusa