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Movimento pede ao Brasil asilo para Snowden em nome de 1,1 milhões de pessoas

O movimento ativista global Avaaz formalizou  hoje junto das autoridades do Brasil um pedido de asilo para o ex-analista  da NSA Edward Snowden, acompanhado de uma petição assinada por 1,1 milhões  de pessoas de 200 países.  

© Maxim Shemetov / Reuters

"É o maior pedido cidadão de asilo da história", disseram porta-vozes  do Avaaz, citados pela agência EFE, depois de membros do movimento terem  entregado no Ministério das Relações Exteriores o pedido "em nome de Edward  Snowden" e a petição assinada por cidadãos comuns, políticos e celebridades.

Um dos signatários é o cineasta brasileiro Fernando Meirelles, realizador  da "Cidade de Deus", entre outros filmes, que juntou ao processo um texto  no qual afirmou, segundo o Avaaz, que "a história de Snowden é como o argumento  de um filme, a luta de um indivíduo voluntarioso contra o Governo mais poderoso  do mundo".  

Meirelles sublinhou que o Brasil "pode dar um final feliz" a essa "história  real" se der "um lar" a Snowden. 

O diretor-executivo do Avaaz, Ricken Patel, afirmou num comunicado distribuído  à imprensa que a Presidente brasileira, Dilma Rousseff, deve decidir se  o destino de Snowden vai ser marcado "pelas pressões dos Estados Unidos  ou do povo", que pede que ele seja acolhido no Brasil. 

Snowden está desde julho na Rússia, que em agosto lhe atribuiu um asilo  temporário. Antes, o ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA)  pediu asilo a duas dezenas de países, incluindo o Brasil. 

Nos vários documentos secretos revelados por Snowden constavam informações  sobre a espionagem norte-americana a comunicações de Dilma Rousseff, de  vários dos seus ministros e colaboradores e de algumas empresas brasileiras,  como a estatal Petrobras. 

Na sequência dessas informações, Dilma Rousseff cancelou uma visita  oficial aos Estados Unidos, em outubro, e promoveu um debate na ONU sobre  limites à espionagem. 

Esse debate foi concluído em dezembro, com a adoção de uma resolução  da ONU em que é reafirmado "o direito à privacidade, segundo o qual ninguém  pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou ilegais na sua vida privada,  família, residência ou correspondências". 

O Avaaz apresenta-se como um movimento global criado em 2007 para fazer  ouvir a voz dos cidadãos na tomada de decisões políticas em todo o mundo.

Lusa