Desde finais de janeiro que não se registavam confrontos entre manifestantes e polícia. Na altura, também em frente ao parlamento, quatro pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas.
Segundo um jornalista da agência France Presse no local, várias centenas de manifestantes atacaram o edifício com 'cocktails molotov', partindo os vidros das janelas com pedras.
Pouco antes, parte dos milhares de manifestantes junto do parlamento romperam o cordão policial e envolveram-se em confrontos com a polícia antimotim.
A polícia usou gás lacrimogéneo e granadas de atordoamento e disparou balas de borracha para tentar conter os manifestantes, que lançaram pedras contra a polícia.
Nos confrontos, um fotojornalista foi ferido com uma granada de atordoamento e transportado para o hospital.
Os três grupos parlamentares da oposição -- Batkivshina, UDAR e Svoboda -- anunciaram na segunda-feira que iam exigir hoje no parlamento a recuperação da Constituição de 2004, para regressar ao regime parlamentar, mas a maioria recusou sequer incluir o tema na agenda da sessão parlamentar.
O sistema político ucraniano foi alterado para presidencialista na reforma constitucional de 2010, meses depois de o atual Presidente, Viktor Ianukovitch, assumir o cargo.
Além da reforma constitucional, que limitaria os poderes do Presidente, a oposição exige a realização de eleições presidenciais e legislativas antecipadas.
A crise política na Ucrânia começou em finais de novembro quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do Presidente de suspender os preparativos para a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia.
Depois dos confrontos do final de janeiro, desencadeados pela aprovação de legislação limitadora do direito de manifestação, Governo e oposição iniciaram negociações que levaram à demissão do primeiro-ministro, Mikola Azarov, e a evacuação da câmara municipal de Kiev e de outros edifícios públicos ocupados por manifestantes.
O processo negocial permitiu ainda a aprovação de uma amnistia para todos os manifestantes detidos em confrontos com a polícia.
Lusa