O protesto foi dado a conhecer a jornalistas por familiares de vários presos no quartel da Polícia de Táchira, 800 quilómetros a sudoeste de Caracas, que divulgaram uma carta onde os detidos fazem várias denúncias.
Um ativista social denunciou também casos de violência entre presos, incluindo canibalismo forçado.
"Somos um grupo de 76 pessoas sequestradas (pela polícia), amedrontadas e feridas, algumas delas com a vida por um fio (...) há quase 16 dias que dormimos no chão, não temos medicamentos para os feridos. A única coisa que temos recebido são maus-tratos, morais e psicológicos três vezes ao dia", refere o documento.
A carta, assinada pelos detidos, sublinha ainda que os polícias usam diariamente contra os detidos "balas de borracha, golpes e gás" lacrimogéneo.
Segundo o ativista social Asdrúbal Ortiz, alguns dos detidos terão sido golpeados e torturados por outros presos, tendo sido transferidos para outras cadeias, e que vários teriam "comido, possivelmente obrigados, carne humana, estando a necessitar de tratamento médico e psicológico".
Asdrúbal Ortiz disse a jornalistas que os presos encontram-se numa cave sem instalações sanitárias.
Segundo a imprensa local, a denúncia de canibalismo está a ser investigada pelas autoridades venezuelanas, não havendo, de momento, nenhum pronunciamento oficial.
Recentemente, um motim dos presos no quartel de Táchira durou um mês e terminou com a transferência de 109 presos para outras prisões.
Fontes não oficiais dão conta que na prisão de Táchira permanecem cerca de uma centena de reclusos.
Lusa