Assange, refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012, emitiu hoje um comunicado em que reclama a liberdade e recorda que o Reino Unido e a Suécia assinaram tratados que reconhecem a ONU e os seus mecanismos de proteção dos direitos humanos.
O jornalista australiano permanece refugiado para evitar ser extraditado para a Suécia, devido a alegados crimes sexuais, e teme que depois possa ser enviado para os Estados Unidos para ser processado por ter revelado documentos confidenciais do Governo norte-americano.
A propósito da decisão, há um ano, do Grupo de Trabalho da ONU sobre detenções Arbitrárias, Assange assinalou que o Reino Unido e a Suécia reconheceram a jurisdição deste grupo e não se retiraram da investigação sobre o seu caso, que durou 16 meses.
"Perderam, recorreram e voltaram a perder", afirmou o fundador do Wikileaks, sublinhando que "a recusa dos dois países em reconhecer a decisão arbitral traz consigo um custo terrível".
"Outros estados podem agora deter ilegalmente cidadãos suecos e britânicos com efetiva impunidade", considera Assange, que acredita que o sistema de direitos humanos da ONU "está em perigo".
O Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenções Arbitrárias pediu há um ano aos dois países que pusessem fim à privação de liberdade do australiano - detido em Londres em 2010 a pedido da justiça sueca.
Assange refugiou-se em junho de 2012 na embaixada do Equador para evitar ser levado para a Suécia, país que reclama a sua extradição para esclarecer uma suposta implicação em quatro crimes de natureza sexual que o jornalista rejeita.
O Wikileaks indicou no mês passado que Assange concordaria ser extraditado para os Estados Unidos se o então presidente, Barak Obama, perdoasse Chelsea Manning, condenada em agosto de 2013 por espionagem por revelar àquele portal documentos militares e diplomáticos secretos norte-americanos.
Antes de deixar o poder, Obama aceitou comutar de 35 para sete anos de cadeia a pena de Manning, permitindo que possa sair em liberdade no próximo dia 17 de maio.
Lusa