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Pyongyang compara Trump a Hitler

A Coreia do Norte compara o Presidente norte-americano Donald Trump a Adolf Hitler. Pyongyang já acostumou o mundo à sua linguagem "colorida" quando critica os seus inimigos. Mas comparações com o responsável por mais de 60 milhões de mortes são muito raras.

Pyongyang compara Trump a Hitler
Yuri Gripas / Reuters

Num editorial, a agência oficial KCNA afirma que a polícia norte-americana é uma forma de "nazismo do século XXI", salientando o slogan "A América primeiro", que Trump proclama desde o discurso de tomada de posse, em janeiro.

"O princípio 'A América primeiro' tem subjacente o domínio mundial através de meios militares, tal como o conceito de ocupação mundial de Hitler", denuncia a agência norte-coreana.

Trump segue a "política ditatorial de Hitler" ao dividir o mundo em duas categorias: "os amigos" e "os inimigos" para justificar a eliminação dos últimos, acrescenta.

A Coreia do Norte já nos acostumou a uma linguagem "colorida" quando critica os seus inimigos. Mas as comparações com Hitler, o homem responsável por mais de 60 milhões de mortes, são raras.

Trump "psicopata", Obama "sacana de sangue misturado"

Na semana passada, Pyongyang qualificou Trump de "psicopata", na sequência da morte do estudante norte-americano Otto Warmbier, repatriado da Coreia do Norte para os EUA em estado de coma.

Já em 2014, a KCNA apelidou Barack Obama de, entre outros insultos, "sacana de sangue misturado" ou "parecido com um macaco".

A ex-Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, também foi alvo da KCNA, ao ser comparada a uma "prostituta".

Sanções "pior que o cerco de Leninegrado por Hitler"

A administração de Trump quer impor sanções mais severas a Pyongyang para obrigar a parar com o programa nuclear.

A KCNA acusa Washington de bloquear a entrada de medicamentos na Coreia do Norte, "um ato desumano e contra a ética, pior que o cerco de Leninegrado por Hitler".

O cerco à atual São Petersburgo pelo exército alemão durou perto de 900 dias entre 1941 e 1944 e fez um total de 2 milhões de mortos.

A ameaça que representa a Coreia do Norte - que anuncia ao mundo estar a construir mísseis intercontinentais - deverá ser um dos principais temas do primeiro encontro entre os Presidentes dos EUA e da Coreia do Sul, esta semana em Washington.