"São factos estranhos, sempre estranhos. Eu condeno absolutamente esses factos. Não serei nunca cúmplice de nenhum facto de violência. Eu os condeno e ordenei que sejam investigados e que se faça justiça", disse.
Nicolás Maduro discursava no Passeio Los Próceres, em Caracas, durante o desfile cívico-militar que assinalou o 206.º aniversário da assinatura da Ata da Independência da Venezuela.
"Quero paz para a Venezuela. Não aceito violência de ninguém, que o saiba o mundo e o povo (...) Que se investigue e se diga a verdade", frisou.
Por outro lado, instou a oposição venezuelana a condenar "os assaltos a unidades militares" e a outros organismos ocorridos no país e levados a cabo por manifestantes oposicionistas.
"Que a direita condene o ataque com bombas e tiros de um criminoso que estamos procurando, contra a sede do Supremo Tribunal de Justiça, onde quase assassinam crianças, mulheres e trabalhadores. Que condenem de imediato a queima de autocarros (...) de armazéns onde se perderam mais de 4 milhões de CLAP (bolsas de alimentos) que estão prontas", disse.
O chefe de Estado acusou a oposição de "armar" jovens e de ser responsável por alguns dos assassínios ocorridos recentemente no país.
Pelo menos 13 pessoas ficaram feridas esta quarta-feira na sequência do ataque ao parlamento, em Caracas, por civis armados afetos ao regime, mantendo-se os deputados, funcionários e jornalistas fechados no edifício, que está cercado.
Cinco deputados figuram entre os feridos resultantes do ataque, que ocorreu durante uma sessão especial comemorativa do 206.º aniversário do Dia da Independência.
O ataque foi precedido por uma visita do vice-presidente da Venezuela, Tarek El Aissami, que, conjuntamente com vários membros do Governo venezuelano, e cerca de 300 de apoiantes, entrou no parlamento para realizar um ato no salão Elíptico, onde está a ata da Independência da Venezuela.
A visita de El Aissami foi feita sem informação prévia à mesa da Assembleia Nacional, onde a oposição é maioritária.
À saída as portas do parlamento ficaram abertas permitindo a entrada dos coletivos [denominação por que são conhecidos os grupos de civis armados afetos ao regime] que lançaram engenhos explosivos e ameaçando sequestrar os deputados.
Lusa