"Seis pessoas, um homem e cinco mulheres, morreram" no incêndio que começou numa área de cozinha no interior do campo, afirmaram hoje os bombeiros que acorreram ao local. Mais de 800 pessoas encontram-se sem abrigo no campo de Ohndaw Chay, onde se encontram cerca de 4.000 Rohingyas, que se situa a 20 quilómetros de Sittwe, na capital do estado de Rakhine.
O incêndio realça o facto de que quase 130.000 Rohingyas vivem ainda em condições similares nos campos do estado de Rakhine, desde que começaram as ondas de violência contra esta minoria muçulmana, em 2012.
A liberdade de circulação dos refugiados Rohingyas é reduzida, assim como o acesso à educação e a cuidados médicos básicos.
Em 2017, mais de 700.000 Rohingyas fugiram da violência dos militares do Myanmar, denunciadas pela ONU como um genocídio, e refugiaram-se no Bangladesh, onde vivem em instalações rudimentares.
Depois de ter assinado um acordo sobre o regresso ao Myanmar destes refugiados, as autoridades anunciaram que os Rohingyas seriam acolhidos, numa primeira fase, em campos temporários do estado de Rakhine.
A notícia suscitou desde o inicio receios de que os refugiados se encontrassem na mesma situação precária que os que já vivem em campos deteriorados do mesmo estado.
O Myanmar assegurou querer fechar cerca de vinte campos de Rohingyas nos arredores de Sittwe, mas até agora não levantou nenhuma restrição à liberdade de movimentos imposta aos habitantes dos campos.
Lusa