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Fenómeno El Niño com 50 a 60% de probabilidade de acontecer até maio

Apesar da previsão do regresso do fenómeno climático um pouco mais fraco, os meteorologistas calculam que 2019 seja mais quente que 2018, um dos quatro anos mais quentes de sempre.

Fenómeno El Niño com 50 a 60% de probabilidade de acontecer até maio
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A Organização Meteorológica Mundial (OMM) prevê uma probabilidade de 50% a 60% de o fenómeno El Niño ocorrer até maio de 2019, embora não se espere que seja um evento forte, revela na última atualização.

A temperatura à superfície no Pacífico tropical estava no limiar, ou ligeiramente abaixo dos limites, do El Niño em janeiro e início de fevereiro de 2019. E alguns padrões atmosféricos associados ao El Niño também surgiram no final de janeiro.

Os modelos de previsão climáticos e os especialistas apontam para que as temperaturas da atmosfera e do mar se aproximem e que um "fraco El Niño" ocorra entre março e maio. Mas mesmo assim, preveem que 2019 seja mais quente que 2018, um dos quatro anos mais quentes de sempre.

Um "forte El Niño" caracteriza-se pelo aumento da temperatura à superfície do mar no Pacífico tropical centro-leste para mais 1,5ºC que a média.

2015, 2016, 2017 e 2018 foram os mais quentes da história

“Recentemente a OMM confirmou que 2015, 2016, 2017 e 2018 foram os quatro anos mais quentes desde que há registo. E mesmo um El Niño fraco é provável que torne 2019 mais quente que 2018", sublinha Maxx Dilley, diretor do departamento de previsão do clima da OMM.

No início deste mês de fevereiro, a OMM demonstrava que a temperatura média da superfície do planeta foi no ano passado cerca de 1ºC acima dos níveis pré-industriais.

"Com 1,2ºC mais do que nos tempos pré-industriais, o ano de 2016, marcado pela influência de um poderoso El Niño, mantém-se como o ano mais quente. Em 2015 e 2017 a diferença na temperatura média dos valores pré-industriais foi de 1,1ºC".

Também a NASA e a Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla original), revelaram no início deste mês que a temperatura mundial em 2018 foi a quarta mais quente jamais registada, atrás das temperaturas de 2016 (o ano mais quente), 2015 e 2017. A temperatura na Europa foi a mais alta de sempre em 2018.

No ano passado, ainda segundo os mesmos dados, a temperatura global foi 0,83ºC acima da média do século XX, o que significa que 2018 foi o 42.º ano consecutivo, desde 1977, com uma temperatura mundial superior à média.

A NOAA salienta que 9 dos 10 anos mais quentes de sempre (desde que há registos) aconteceram depois de 2005.

Nos primeiros 100 anos de registos da NOAA, de 1880 a 1980 houve um novo recorde de temperatura no planeta, em média, a cada 13 anos. De 1981 a 2018 registou-se um novo recorde a cada três anos.

Janeiro deste ano foi o 3.º mês mais quente de sempre na Terra

A 19 de fevereiro, a NOAA revelou os primeiros dados referentes a 2019 e as notícias não são boas: o mês de janeiro foi o terceiro mais quente do planeta desde que há registos, com as temperaturas a atingirem máximos históricos na Austrália, sul do Brasil e em partes de África e da Ásia.

O resumo, desenvolvido por cientistas dos Centros de Informações Ambientais da NOAA, indica que a temperatura de janeiro, em terra e no mar, foi igual à de 2007, só tendo sido mais quente a de janeiro de 2016.

Contabilizando apenas a superfície terrestre, nas contas da NOAA janeiro foi o 4.º mais quente desde 1880, ficando atrás de janeiro de 2007, o mais quente, de 2016 (o segundo mais quente) e 2017.

Partes da Austrália e da Ásia bateram recordes no mês passado. A Oceânia teve o janeiro mais quente desde que começaram os registos, em 1910.

Já em relação à temperatura no mar janeiro foi o 3.º mais quente, só abaixo de 2016 (o mais quente de sempre) e 2017.

Quanto à extensão de gelo, o oceano Ártico teve em janeiro a sexta menor dimensão dos últimos 41 anos, com o oceano Antártico a ter a segunda menor extensão de gelo já registada. A cobertura de neve no hemisfério norte esteve dentro da média.

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