A Organização Meteorológica Mundial (OMM) prevê uma probabilidade de 50% a 60% de o fenómeno El Niño ocorrer até maio de 2019, embora não se espere que seja um evento forte, revela na última atualização.
A temperatura à superfície no Pacífico tropical estava no limiar, ou ligeiramente abaixo dos limites, do El Niño em janeiro e início de fevereiro de 2019. E alguns padrões atmosféricos associados ao El Niño também surgiram no final de janeiro.
Os modelos de previsão climáticos e os especialistas apontam para que as temperaturas da atmosfera e do mar se aproximem e que um "fraco El Niño" ocorra entre março e maio. Mas mesmo assim, preveem que 2019 seja mais quente que 2018, um dos quatro anos mais quentes de sempre.
Um "forte El Niño" caracteriza-se pelo aumento da temperatura à superfície do mar no Pacífico tropical centro-leste para mais 1,5ºC que a média.
2015, 2016, 2017 e 2018 foram os mais quentes da história
“Recentemente a OMM confirmou que 2015, 2016, 2017 e 2018 foram os quatro anos mais quentes desde que há registo. E mesmo um El Niño fraco é provável que torne 2019 mais quente que 2018", sublinha Maxx Dilley, diretor do departamento de previsão do clima da OMM.
No início deste mês de fevereiro, a OMM demonstrava que a temperatura média da superfície do planeta foi no ano passado cerca de 1ºC acima dos níveis pré-industriais.
"Com 1,2ºC mais do que nos tempos pré-industriais, o ano de 2016, marcado pela influência de um poderoso El Niño, mantém-se como o ano mais quente. Em 2015 e 2017 a diferença na temperatura média dos valores pré-industriais foi de 1,1ºC".
Também a NASA e a Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla original), revelaram no início deste mês que a temperatura mundial em 2018 foi a quarta mais quente jamais registada, atrás das temperaturas de 2016 (o ano mais quente), 2015 e 2017. A temperatura na Europa foi a mais alta de sempre em 2018.
No ano passado, ainda segundo os mesmos dados, a temperatura global foi 0,83ºC acima da média do século XX, o que significa que 2018 foi o 42.º ano consecutivo, desde 1977, com uma temperatura mundial superior à média.
A NOAA salienta que 9 dos 10 anos mais quentes de sempre (desde que há registos) aconteceram depois de 2005.
Nos primeiros 100 anos de registos da NOAA, de 1880 a 1980 houve um novo recorde de temperatura no planeta, em média, a cada 13 anos. De 1981 a 2018 registou-se um novo recorde a cada três anos.
Janeiro deste ano foi o 3.º mês mais quente de sempre na Terra
A 19 de fevereiro, a NOAA revelou os primeiros dados referentes a 2019 e as notícias não são boas: o mês de janeiro foi o terceiro mais quente do planeta desde que há registos, com as temperaturas a atingirem máximos históricos na Austrália, sul do Brasil e em partes de África e da Ásia.
O resumo, desenvolvido por cientistas dos Centros de Informações Ambientais da NOAA, indica que a temperatura de janeiro, em terra e no mar, foi igual à de 2007, só tendo sido mais quente a de janeiro de 2016.
Contabilizando apenas a superfície terrestre, nas contas da NOAA janeiro foi o 4.º mais quente desde 1880, ficando atrás de janeiro de 2007, o mais quente, de 2016 (o segundo mais quente) e 2017.
Partes da Austrália e da Ásia bateram recordes no mês passado. A Oceânia teve o janeiro mais quente desde que começaram os registos, em 1910.
Já em relação à temperatura no mar janeiro foi o 3.º mais quente, só abaixo de 2016 (o mais quente de sempre) e 2017.
Quanto à extensão de gelo, o oceano Ártico teve em janeiro a sexta menor dimensão dos últimos 41 anos, com o oceano Antártico a ter a segunda menor extensão de gelo já registada. A cobertura de neve no hemisfério norte esteve dentro da média.