O Reino Unido e a Alemanha pediram esta segunda-feira uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre o Sudão, depois da operação militar que provocou esta segunda-feira mais de 30 mortos entre manifestantes em Cartum.
Pelo menos 30 pessoas morreram e 200 ficaram feridas durante a operação militar desencadeada hoje pelas forças de segurança do Sudão contra manifestantes que estavam acampados na capital do país, Cartum, anunciaram testemunhas e líderes dos protestos.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou o uso excessivo da força pelas autoridades sudanesas contra os manifestantes.
"O que está claro para nós é que houve uso excessivo da força pelas forças de segurança contra os civis. Pessoas morreram e pessoas ficaram feridas", disse o porta-voz do líder das Nações Unidas, Stéphane Dujarric.
Também a França e os Estados Unidos condenaram hoje a repressão violenta e "brutal" das manifestações no Sudão.
"A França condena a violência usada nestes últimos dias no Sudão, na repressão das manifestações", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês num comunicado.
"Foi um ataque brutal e coordenado, que lembra alguns dos piores crimes do regime de Omar al-Bashir [ex-Presidente do país] ", referiu, por seu turno, Tibor Nagy, secretário de Estado Adjunto dos Estados Unidos para África.
Os manifestantes estavam acampados em frente à sede das Forças Armadas desde o início de abril, primeiro para pedir a saída de Omar al-Bashir do poder e, depois da sua retirada, para exigir que os generais entreguem o poder a um governo civil.
O Conselho Militar assumiu o poder após a queda do Presidente Omar al-Bashir, em favor de uma insurreição popular sem precedentes.
Os manifestantes exigem agora a transferência de poder para os civis.
Lusa