O robô da NASA Curiosity anda pelo planeta Marte há quase seis anos - ou três anos marcianos - a inspecionar o terreno, a fazer descobertas, a tirar fotografias e a "cheirar" a atmosfera. A mais recente descoberta está a intrigar os cientistas.
A maioria dos gases que compõem a atmosfera de Marte são "muito bem comportados", diz Melissa Trainer, cientista da NASA à revista Scientific American. Mas há um que tem tido um comportamento inesperado e até bizarro: o oxigénio.
Há muito que os cientistas sabem que o dióxido de carbono em Marte, que compõe 95% da atmosfera do planeta, congela nos pólos no inverno e sublima novamente em gás no verão. No ar rarefeito em redor da Cratera Gale, as medições do Curiosity mostraram pequenas quantidades de árgon inerte e de azoto, umaz vezes aumentando, outras diminuindo, mas tudo como esperado devido a esse ciclo sazonal de dióxido de carbono.
Mas os instrumentos da Curiosity também registaram um aumento e uma diminuição do oxigénio em quantidades que desafiam uma explicação - muito mais durante a primavera e o verão e menos no inverno.
Tal sugere que há algo que está a criar ou a libertar reservas de oxigénio nos meses mais quentes e a aprisionar ou "engolir" nos meses frios.
Pode ser um processo geológico, químico, atmosférico ou até biológico, mas neste momento ninguém tem a mais pequena ideia do que poderá ser. Nem se é uma caracterísitca só daquela região ou se é global.
Curiosity encontra matéria orgânica com três biliões de anos em Marte
