Uma organização não-governamental alertou esta sexta-feira para o facto de serem crianças metade dos cerca de 400.000 deslocados nos últimos dois meses no noroeste da Síria devido à ofensiva do regime e aliados.
A ofensiva das forças pró-regime, focada sobretudo na província de Idlib e ultimamente na de Alepo, visa obter o controlo da última zona do país onde dominam os 'jihadistas' e alguns grupos rebeldes. As Nações Unidas estimaram em 390.000 os sírios que foram obrigados a fugir devido aos combates na região desde dezembro, 315.000 nesse mês e 75.000 em janeiro.
Segundo a Save the Children, metade dos deslocados são crianças e pelo menos 37.000 crianças foram forçadas a fugir em janeiro. No período de uma semana em meados deste mês, 34 crianças e 13 mulheres foram mortos, disse a ONU.
A Save the Children indicou que os seus parceiros a trabalhar em Idlib e Alepo descreveram caravanas de quilómetros e afirmaram que "a escala do deslocamento é diferente de tudo o que viram antes".
As forças do regime de Bashar al-Assad, com apoio da aviação russa, lançaram em abril de 2019 uma ofensiva ao último bastião das forças insurgentes, que tem continuado apesar de pelo menos dois cessar-fogos decretados.
A ONU calcula que desde abril de 2019 até meados do mês corrente, a ofensiva do regime de Damasco já matou 1.506 civis, incluindo 293 mulheres e 433 menores. Desencadeada em 2011, a guerra na Síria já causou mais de 380.000 mortos, incluindo mais de 100.000 civis, e milhões de deslocados e refugiados.
