A Alemanha administrou apenas 15% das vacinas Oxford/AstraZeneca contra a covid-19 que tem disponíveis, disse o ministério da saúde. A vacina enfrenta resistência pública depois de testes terem demonstrado menor eficácia em relação às alternativas. As autoridades lançaram hoje um apelo: tome a "fantástica" vacina da AstraZeneca.
O ministro da Saúde e altos funcionários de saúde pública alemães apelam aos alemães para que tomem a vacina contra o novo coronavírus da AstraZeneca, numa tentativa de convencer a população da segurança do medicamento depois de alguns trabalhadores essenciais a terem recusado.
As autoridades de saúde de alguns países europeus - incluindo a Alemanha - estão a enfrentar alguma resistência a esta vacina depois de efeitos secundário observados em profissionais de saúde de um hospital alemão.
A Alemanha também recomendou que a vacina AstraZeneca seja administrada apenas a pessoas com idade entre 18 e 64 anos.
Doses da vacina AstraZeneca por administrar
As autoridades alemãs estão preocupadas com as quantidades da vacina AstraZeneca que estão por administrar perante os receios dos alemães. No início desta semana, o ministério da saúde disse que foram dadas apenas 15% das injeções AstraZeneca disponíveis.
“Nós recomendamo-la vivamente: esta vacina é segura e eficaz, ela protege”, disse o ministro da Saúde, Jens Spahn, em conferência de imprensa esta sexta-feira.
“Protege a si e aos outros, tal como as duas outras vacinas”, acrescentou, referindo-se às duas até agora aprovadas na União Europeia, da BioNTech / Pfizer e Moderna.
O responsável do Instituto Robert Koch de Doenças Infecciosas da Alemanha, Lothar Wieler, disse que, à medida que chegam mais dados de países como o Reino Unido e Israel, onde o plano de vacinação vai avançado, mais claro se torna que o produto da AstraZeneca é "muito, muito eficaz".
Um estudo com 500 mil pessoas vacinadas na Escócia revelou que a vacina reduziu as hospitalizações em 94%, disse Wieler, um resultado “fantástico”, afirmou. Rejeitar a vacina não seria “técnica nem objetivamente justificado”.
Wieler alertou ainda para que a população continue a praticar o distanciamento social, uma vez que há o sério o risco de se desfazer o progresso e desencadear uma terceira vaga da pandemia.
“Este vírus não vai desaparecer”, alertou Wieler. “Vamos ter de conviver com o vírus. Vamos eliminar a gravidade da doença através de vacinação e da imunidade mas não vamos ser capazes de erradicá-la ”.
Pandemia matou quase 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.498.003 mortos no mundo, resultantes de mais de 112,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.185 pessoas dos 801.746 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Os países mais afetados continuam a ser os Estados Unidos, o México, a Índia, o Brasil e o Reino Unido.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Links úteis
- Atualização semanal da execução do Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19
- Universidade de Oxford - dados sobre evolução da vacinação contra a covid-19
- Bloomberg - listagem que permite seguir o número de vacinas já administradas no mundo
- London School of Hygiene & Tropical Medicine - gráfico que mostra o progresso dos projetos de vacina)
- Especial sobre o novo coronavírus / Covid-19
- Covid-19 DGS/Ministério da Saúde - mapa dos números
- Covid-19 DGS - relatórios de situação diários
- Linha SNS24
- Direção-Geral da Saúde (DGS)
- Organização Mundial da Saúde (OMS)
- ECDC - Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças