O Brasil tem batido recordes diários do número de mortes por covid-19. E as previsões para as próximas semanas são sombrias.
Há mais de um mês que a média diária de mortes causadas pela pandemia no Brasil ultrapassa os mil. Esta semana, os óbitos chegaram perto dos dois mil e as autoridades preveem que, ainda no mês de março, os números subam para três mil mortes por dia.
Os especialistas alertam também para o agravamento simultâneo do contágio e a sobrecarga dos hospitais em todo o país. O país não conseguiu aumentar o número de camas por falta de médicos e enfermeiros especializados em cuidados intensivos. Os profissionais estão exaustos, depois de um ano de pandemia, e fazem apelos desesperados.
As cidades voltaram a aumentar as restrições: no Rio de Janeiro, a partir desta sexta-feira, os restaurantes e bares só podem estar abertos até às 17:00, mas as praias estão autorizadas e a sobrelotação nos transportes públicos continua sem solução.
No momento que é considerado o mais crítico da pandemia, Bolsonaro usou uma gíria para chamar de vitimista quem defende restrições das atividades económicas para tentar diminuir o número de mortes.
Os especialistas questionam onde as coisas vão parar se o país, que é um dos únicos a nunca ter feito um confinamento até agora, não endurecer as medidas de confinamento. A imunização em massa dos brasileiros é ainda uma alternativa distante, devido à falta de vacinas.
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