Desde o dia 8 de julho que os protestos se intensificaram em várias regiões da África do Sul. A maior parte da violência que se está a gerar não está relacionada com a prisão do antigo chefe de Estado, Jacob Zuma. Observam-se multidões a roubar o que precisam, ou o que podem vender. O Estado demorou uma semana para posicionar o Exército nas ruas.
A violência tem escalado nos últimos dias com centros comerciais, viaturas e prédios incendiados. Nas ruas são milhares as lojas destruídas. As pilhagens, entretanto, continuam um pouco por todo o lado.
Mais de 800 pessoas já foram detidas e as autoridades dizem que já identificaram, e detiveram, alguns suspeitos que estariam a incentivar estes distúrbios, através das redes sociais.
A oposição tem sido muito crítica em relação à forma como o Governo está a gerir esta crise.
As autoridades dão conta da ecassez de comida, medicamentos e combustíveis. As filas para as lojas e bombas de gasolina são enormes e, nas prateleiras dos supermercados, já começam a faltar alguns bens essenciais.
Para além disso, também há relatos de falhas no fornecimento de sangue, aos hospitais, e de assaltos a ambulâncias, que transportavam doentes, e que foram roubadas em plena estrada.
A prisão de Jacob Zuma pode ter sido o catalisador desta revolta, mas na base do descontentamento de tantos sul-africanos estão o desemprego, que bateu um recorde de mais de 32%, e que é de 46% entre os jovens, e os rendimentos muito baixos da maior parte da população.
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