O avanço dos talibãs no Afeganistão está a preocupar a comunidade internacional. Com a saída das tropas norte-americanas, o grupo radical tem vindo a ganhar terreno no país e aproxima-se agora de Kandahar, a segunda maior cidade do país. Há milhares de civis em fuga, procurando proteção e segurança.
Sem o apoio dos meios aéreos norte-americanos, os militares afegãos oferecem pouca resistência e os talibãs ganham terreno todos os dias. O grupo radical garante ter já o controlo de mais de metade do território e aproxima-se agora, perigosamente, de Kandahar.
Estão empenhados em conquistar a segunda maior cidade afegã, a um mês da retirada total das forças da coligação liderada pelos Estados Unidos.
Milhares de afegãos estão em fuga das zonas ocupadas pelos talibã e o medo toma conta de Kandahar. Os habitantes só saem de casa para ir ao mercado e a maior parte das lojas fechou.
As organizações de direitos humanos denunciam execuções a elementos das forças de segurança e todos os que sejam suspeitos de trabalharem para o Governo.
No aeroporto de Cabul, a rota de saída para os estrangeiros no Afeganistão, os radicais islâmicos instalaram um sistema de defesa capaz de intercetar foguetes e mísseis.
Vários países mandaram fechar os consulados no Afeganistão e a preocupação da comunidade internacional concentra-se também nos afegãos que colaboraram com os Estados Unidos, nomeadamente na área da tradução.
Washington comprometeu-se a retirar todos os que ajudaram as forças norte-americanas no país, mas, por enquanto, nada foi feito. Os tradutores lançam alertas desesperados lembrando que têm a cabeça a prémio e que dentro de poucas semanas poderá ser demasiado tarde.
Nos primeiros seis meses do ano, mais de 1.600 pessoas foram mortos e mais de 3.200 ficaram feridos, segundo dados das Nações Unidas. Trata-se de um número recorde, representando um aumento de 47% em relação ao mesmo período do ano anterior.
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