Uma nova fissura rasgou-se na encosta do vulcão Cumbre Vieja, em La Palma. Mais a lava está a sair das profundezas da terra, que faz, depois, um trajeto de soterramento.
De madrugada, mais sete sismos, de magnitude entre os 2,3 e os 3,8, serviram de antecâmara para a abertura de mais uma boca eruptiva.
Abriu-se, igualmente, uma nova fissura, a 900 metros da original, o que aumenta a quantidade de lava na superfície da ilha.
"A zona onde está o vulcão, como se viu ontem [segunda-feira], não é segura, por isso, alertamos toda a população para que evite essa zona sempre que possível", refere o chefe de Governo de La Palma, Mariano Hernandez Zapata.
As autoridades pedem aos moradores da zona que fechem portas e janelas e se mantenham em casa.
Mais de dez mil toneladas e meia de dióxido de enxofre são expelidas, por dia, para os ares de La Palma e, na terra, 106 hectares estão cobertos de rios imparáveis de lava.
"A gestão desta crise não acabará quando a lava chegar ao mar, mas, sim, quando La Palma voltar à normalidade e quando tivermos conseguido, entre todas as administrações, reconstruir", diz o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sanchez.
As estradas só serão recuperadas depois de terminar a erupção e de passar tempo para que o piso esfrie.
Contudo, enquanto isso não acontece, as duas línguas de lava avançam a velocidades inferiores à prevista.
"Esperemos que o vulcão se acalme e a lava não avance, mas não acredito que antes de dois ou três dias a lava chegue ao mar", refere o responsável das infraestruturas do Governo de La Palma, Borja Perdomo.
O número de casas soterradas aproxima-se dos duzentos, para além de outras estruturas, como reservatórios de água ou instalações desportivas, mas o Governo local antevê que o número possa duplicar ou triplicar.
Alguns portugueses estão no local, como é o caso de Jorge Miranda.
"Agora mesmo, desloquei-me do meu escritório, que é em Santa Cruz de La Palma, que é a capital da ilha, aqui para Los Llanos de Aridane, que é a segunda cidade da ilha, e de uma forma perfeitamente tranquila sem nenhum tipo de problema", diz.
Os dez portugueses que vivem na zona não estão em risco iminente e não é necessário serem retirados. Nos hotéis não há resgisto de cidadãos lusos.
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