Horas antes do ataque ao Capitólio, em janeiro deste ano, Donald Trump fez vários telefonemas a partir da Casa Branca para assessores e disse-lhes que seria preciso encontrar uma forma de impedir a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.
O estratega político Steve Bannon e os advogados Rudy Giuliani e John Eastman estavam hospedados em suítes do hotel Willard, situado em frente à Casa Branca, durante os dias que antecederam o ataque ao capitólio, numa espécie de gabinete de crise.
Em conjunto com outros intervenientes, são suspeitos de terem organizado as comunicações entre a Casa Branca e os grupos envolvidos nos motins.
Trump terá dito aos assessores que o vice-presidente, Mike Pence, estaria relutante em participar no plano de impedir que a certificação de Biden acontecesse a 6 de janeiro e pressionou-os para que delineassem formas de subverter os resultados das eleições de 2020.
Várias fontes, citadas pelo jornal The Guardian na condição de anonimato, descrevem o envolvimento de Trump neste plano e denunciam uma
uma linha direta entre a Casa Branca e o centro de comando no Willard.
As conversas também revelam que as intenções de Trump surgem alinhadas com as motivações da multidão que protagonizou o ataque ao Capitólio, em que morreram 4 pessoas.
O apelo do ex-Presidente norte-americano aos assessores reunidos no Willard é cada vez mais um foco central da investigação.
A comissão do Congresso norte-americano que investiga o ataque de 6 de Janeiro votou por unanimidade para acusar o antigo conselheiro de Trump, Steve Bannon, por este se recusar a testemunhar.
Trump processou a comissão alegando que fez um pedido ilegal dos seus registos da Casa Branca, baseando-se na premissa da confidencialidade.
Os democratas temem que o caso se possa arrastar durante tanto tempo que ultrapasse a data das eleições para a Câmara dos Representantes em 2022.
Se os republicanos vencerem, tal poderá ditar o fim desta comissão de inquérito.
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