Os ministros europeus com a pasta da Energia têm uma reunião agendada para esta terça-feira. O objetivo é discutir a da crise energética e o que pode ser posto em pratica. As últimas notícias dão conta de que a União Europeia suavizou o plano de poupança de gás. Paulo Rangel, eurodeputado do PSD, destaca a importância deste tema para manter a “unidade europeia”.
“A reunião de amanhã [terça-feira] é muito importante, não apenas porque vai tratar este assunto da energia e saber se este regulamento leva ao corte de 15%”, começa por dizer Paulo Rangel, mas também porque “vai por à prova a própria União Europeia”.
O eurodeputado destaca que os protestos dos dois países ibéricos “surtiram efeitos”, mas lembra que havia mais países a manifestar-se contra o corte de 15% no consumo de gás natural. Sublinhou ainda a existência de “alguma crispação e tensão”, numa espécie de vingança pelos tempos da crise da dívida pública.
“Traçou-se alguma crispação e tensão entre países do norte e países do sul, entre países periféricos e países centrais. Em alguns casos, como se vê nas redes sociais, com uma lógica de ‘revenge’: durante o tempo das crise das dívidas soberanas era o norte a criar dificuldades ao sul, está na altura do sul dizer o norte enganou-se. Foi a Alemanha que quis potenciar com o Nord Stream 1 e também com o Nord Stream 2 a dependência energética da Rússia e se errou geopoliticamente – e até foi avisada para isso”, afirma.
Quando questionado sobre a posição de Portugal e o facto de poder ser vista como falta de solidariedade, Paulo Rangel admite essa possibilidade, mas sublinha que Portugal também precisa de “muita solidariedade”.
“Eu acho que talvez o tom não tenha sido o certo. É claro que Portugal tinha aqui uma defesa, que é: não estava sozinho. É evidente que só podia falar assim porque a Espanha também estava na mesma linha, a Grécia também, países mais pequenos como Malta e Chipre também estavam, a Irlanda também estava, a Hungria e a Polónia por razões diferentes – e diferentes entre elas – das dos países do sul também não estavam a alinhar. É totalmente diferente de fazer um veto sozinho”, afirma.
Paulo Rangel defende que o Governo devia ter usado mais “delicadeza”, acusando o Executivo de não trabalhar durante os últimos sete anos nas interconexões, fazendo a ligação entre a Península Ibérica e o resto da Europa.