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Bolsonaro renova concessão da TV Globo apesar de ameaçar cancelá-la

Desde a campanha eleitoral que o levou ao poder em 2019, Bolsonaro tem feito uma dura campanha contra a TV Globo.

Bolsonaro renova concessão da TV Globo apesar de ameaçar cancelá-la
Bruna Prado

O Governo do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, renovou a concessão pública da TV Globo, maior rede de televisão do país, apesar de ter ameaçado cancelar a permissão necessária para a empresa atuar no país.

A renovação da concessão da TV Globo, da TV Record e TV Bandeirantes, por 15 anos, foi publicada no Diário Oficial após o Ministério das Comunicações estabelecer que as três cumprem os requisitos exigidos pela lei.

Desde a campanha eleitoral que o levou ao poder em janeiro de 2019, Bolsonaro tem feito uma dura campanha contra a TV Globo, que foi um dos principais alvos de seus contínuos ataques ao trabalho dos 'media' profissionais brasileiros.

TV Globo

Fundada em 1965 pelo jornalista Roberto Marinho, durante a ditadura militar (1964-1985), a TV Globo é o canal de maior audiência do país.

No início a empresa apoiou o regime militar, mas depois se distanciou e desde a redemocratização do país, em 1985, mantém uma linha de crítica e independência em relação a todos os governos.

Ao longo do mandato presidencial de Jair Bolsonaro que terminará em 1 de janeiro de 2023, o capitão da reserva do Exército ameaçou cancelar a concessão da TV Globo, o que levou o 'media' local a compará-lo com o defunto presidente venezuelano Hugo Chávez, que em 2007 negou a renovação da concessão da RCTV, que tinha a maior audiência do país.

A campanha permanente de difamação realizada por Bolsonaro contra o 'media' tem preocupado a Associação Interamericana de Imprensa (SIP), que refletiu essa preocupação nos seus últimos quatro relatórios anuais.

Um relatório divulgado em outubro passado, durante a Assembleia Geral da entidade realizada em Madrid, a organização sustentava que a liberdade de imprensa no Brasil continuava em "estado crítico" devido às contínuas ofensas a jornalistas, atribuídas principalmente a Bolsonaro e seus apoiantes.

Segundo a SIP, a situação piorou com o início da campanha eleitoral para as eleições presidenciais decididas a favor do futuro Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, com milhões de mensagens ofensivas contra profissionais de comunicação, principalmente mulheres.